Tela de Outono

Pétalas secas pelo chão

entre o real e o abstrato,

pulsava o meu coração.

Difícil entender como repentinamente

o mundo se resumiu numa tela

de paisagem seca, pintada em branco e preto.

Como um poeta atingido pelo mal do século,

entre o pessimismo e os devaneios,

entre versos e canções, relutei em aceitar

que onde eu via cores de primavera,

existia apenas branco e preto.

Traiçoeiro esse meu peito vadio!

Ludibriou os meus olhos,

entorpeceu a minha mente

quase acreditei que era possível,

uma tela de outono ter cores tão reluzentes.