PINGO D’ÁGUA

Ó Deus, desse mundo inteiro
Deixe cair um pingo no chão
Amenize o pó desse terreiro
De tal modo, a dor do coração
A seca aqui é duradoura
Como a espera que contenho
Mas, aqui não tem lavoura
Não mói cana no engenho
Se as rezas não chega aí
Não é por curpa nossa não
Já fizemo tanta prece aqui
Juntamo todas as religião
Todo dia esse sol ardeno
As pranta seca, só o talo
Tanto tempo sem sereno
Essa água pôca no gargalo
Ó Deus, do mundo acabado
Deixe caí água no sertão
Todo sertanejo é adequado
Na fé pura e sua castiça oração
Se num puder mandá dilúvio
Se esqueceu por acaso do sertão
Se avexe logo, qui seje bucadinho
Deixe um pingo d’água de alívio
Mesmo qui seja bem poquinho
Deixe cair e molhar, esse chão.
 
Léo Pajeú Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Bargom Leonires em 06/01/2017
Reeditado em 30/08/2017
Código do texto: T5874191
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