VAMOS CANTAR AS JANEIRAS...


Fomos cantar as “janeiras”, na casa do Ti Antoninho,
Botou p’ra assar as alheiras, chouriços e muito vinho!
Ø      eu era muito pequeno, e a noite estava gelada!....
Ø      a aguardente era um veneno, por isso a voz “engasgada”!

(XXXII)
`” .... ò senhores desta casa, vinde-nos cá abrir a porta;
bote a chouriça na brasa, porque a fome não está morta!
   Já nasceu o Deus menino, e nós o beijamos no rosto,
   No presépio pequenino, tem calor e amor a gosto!   

(XXXIII)
 Nos desculpem a cantoria, a esta hora da noite,...
Cantar os reis por de dia,  ninguém ouse e nem se afoite!
       Presunto figos e vinho, e até um naco de queijo
       Dá p’ra  jantar no caminho, depois   tocamos  no realejo!

(XXXIV)
Vinde-nos a Dar de comer, ó gente honrada da casa,
Aqui fora é frio de morrer, deixem-nos “xigar” à brasa!
     Lá debaixo do fumeiro, podem se  sentar à vontade...
      Joguem fora o “trasfogueiro” qu’ele já não sabe nem a idade.

(XXXV)
Vá ataão entrem p’ra dentro! ...C’aí fora tá de “ratchar”!
Ajeita-te aqui no Escano,“tchega-te” p’ra lá na lareira,
Inda cá temos lugar...
Este pipo é do outro ano, o deste não tem torneira.

Já cantaste a janeira , agora bamos jantar!!!

(XXXV)
Em Caravelas, toda a gente já dormia, quando a “janeira” acabava,
Cada um p’ra sua casa corria, e nos cobertores se enfiava!
   Da “neite” de consoada, ainda sobrava o borralho;

    Da fogueira quase apagada, ali no queimado do carvalho.






 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 06/01/2017
Reeditado em 24/03/2017
Código do texto: T5874127
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.