Ao som das panelas

O Brasil bateu panelas
contra Dilma e o PT!
Foi mostrado na TV
as faixas verde-amarelas...
Retiraram das baixelas
a frigideira Tefal
e a bela colher de pau,
que foi semente algum dia,
quando aqui fez moradia
a corte de Portugal.

Se o motivo central
(pra amassar a panela)
era levar para a cela
a corrução nacional,
foi dado o ponto final.
Nosso Brasil tá nos trilhos,
não há um só empecilho
com seu novo maquinista,
honesto a perder de vista:
a pátria ganhou um filho!

Pra não fazer trocadilho
e respeitar o cordel,
vai ter panela a granel,
amarrotada e sem brilho,
guardada de afogadilho,
no conforto da baixela,
a faixa verde-amarela
recolhida no armário
junta ao sutil comentário:
agora é bom ter cautela!

A faixa verde-amarela
mudou de mãos no Brasil!
Foi pra mais um imbecil,
como a história revela:
um reco meia-tigela,
cabeça de camarão,
que chegou a capitão,
por deslise do acaso,
saiu dum penico razo
pra governar a nação.

Pois é que o filho-do-cão,
que se elegeu presidente,
pra governar essa gente
(votante dele ou não),
trocou os pés pelas mãos,
saudoso da ditadura;
exonerou na cultura
e também na educação,
o excremento do porão,
dos tempos da ditadura.

Só nos resta, a essa altura,
tirar de novo a panelas
do conforto da baixela
e bater, à toda altura,
pra que a geração futura
desfrute a democracia:
a mesma que algum dia,
num passado inda recente,
foi suprimida da gente,
por cruel epidemia.
 
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 27/12/2016
Reeditado em 19/03/2020
Código do texto: T5864502
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