Faca, cama e alma
Amo um homem lâmina,
Espelho de minhas falhas,
Que de tão inumano-humano,
Derrubou ao chão minhas parcas medalhas.
Narciso à fronte das águas.
Amo uma faca de dois gumes,
A fatiar afinado de um lado meu alimento,
Por outro deixando marcas profundas,
Nas mãos,
Nos lábios,
Na voz,
Onde lhe toco,
Ah! Como amo o dissabor velado,
De por um homem afiado,
Estar tão apaixonado.