4 DA MANHÃ

4 da manhã

As cadeiras estão vazias

O café fumega

A madrugada é fria

A saudade pega

Saudade das vozes

Do burburinho infantil

Das alegrias fugazes

Das queixas do Brasil

Ainda bem que a alvorada

Logo far-se-á presente

Afastando a danada

Trazendo à mesa os ausentes

Preciso acabar com essa mania

De acordar tão cedo

E escrever poesia

Ou melhor, arremedos

Prometo a mim mesmo

Que assim farei

Mas definitivamente já sei

Que essa promessa faço a esmo

Nessa mesma hora amanhã

Mais exatamente as 4 da manhã

Estarei sentado a vontade

Sentindo novamente saudade

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 26/09/2016
Reeditado em 26/09/2016
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