Poema da extinção das espécies

“Poema da extinção das espécies”

Os animais estão invadindo,

os ambientes urbanos;

aos poucos, vão contraindo,

as doenças dos humanos...

Canguru perdeu o sono,

na bolsa, ele investiu;

era o único dono,

daquela empresa que faliu...

Tatu fez tatuagem,

usou agulha infectada;

no diagnóstico por imagem,

viu a hepatite avançada...

Elefante com esclerose,

perdeu a memória;

ele sabe como é dose,

esquecer a própria história...

Uma hora o urso ri,

na outra, começa a chorar;

só depois que entendi,

que era um urso bipolar!

A vaquinha, está imensa,

de tanto comer sal;

pobrezinha hipertensa,

“volta e meia”, passa mal...

A preguiça, era tranquila,

mas agora, está agitada;

de tanto pegar fila,

encontra-se estressada...

O macaco, todo dia,

passou a mascar chicletes;

aumentou sua glicemia,

e está com diabetes!

E a alegre hiena,

que sempre ria da vida;

dela tenho pena,

pois está tão deprimida!

E o que dizer dos coelhos?

Que perderam a vergonha;

os olhos estão mais vermelhos,

de tanto fumar maconha!

O papagaio falante,

que fofocava de tudo;

viu a companheira com o amante;

e depois, ficou mudo!

E tem o ser humano,

que se acha inteligente;

entra ano, sai ano,

está cada vez mais demente!

Mata, desmata e polui,

numa ambição desmedida;

mesmo sabendo que isso influi,

na extinção da própria vida!

* O Eldoradense