BRADO DE UM ABORTADO
BRADO DE UM ABORTADO
Minha sina foi traçada antes
O direito a nascer não levaram em conta
Supliquei clemência pela minha vida
Não tiveram piedade e nem remorsos
Eu tentei vir ao mundo... foi um erro
Pois é... não me deixaram viver
Só vivi cinco meses... num útero
Meu corpo tenro foi jogado no lixo
De nada adiantou apelar para a justiça
Ah! Foi ela que autorizou meu destino
Paguei por uma leviandade não minha
Minha morte libertou alguém, foi isto?
Sei! Tinham-me como uma vergonha!
Que culpa tive das culpas suas?
Assassinaram-me para o bem de quem?
Meu que não foi, se acabei por morrer
Será se fui filho de estrupo?
Ou bastardo de mãe solteira?
Quem foi minha progenitora?
Quem foi meu pai? E avós?...
Ainda assim eu queria abraçar-te, minha mãe
Alimentar-me sugando seus peitos
Até DEUS me abandonou
Resta-me oferecer perdão...
*******************************************
EXCLUSO
Vida arrancada sem o primeiro encanto
Sem musica de ninar, como acalanto...
Nem riso ou choro,concepção não concedida...
Triste realidade, que levou minha vida...
Interação do amigo MAURILIO GABALDI