TRANQUILIDADE
Tranqüilo vivo,
sou um verbo intransitivo,
sujeito nada amigável,
que não responde às perguntas,
não se interessa ou assunta,
não tem pose, nem sarcasmos.
Muito antes, desde sempre,
de um jeito lento me movo,
pela dor não me comovo,
não gargalho de alegria.
Sigo rente, vou em frente
e componho poesia
numa folha branca e limpa,
misturando minhas tintas
pra meu prazer e meu gozo.
A mim mesmo me absolvo
de pecados, de omissões,
alcalina chama acesa
brilha ainda - só beleza.
Aguardo, plena certeza,
o tempo fiel dos perdões.
J Estanislau Filho
Tranquila e serena
sob o céu de Ipanema
ou nas praias do Ceará
viver assim melhor não há.
Lucas Kind
sob o céu de Ipanema
ou nas praias do Ceará
viver assim melhor não há.
Lucas Kind
Elucidativo
Ora substantivo
Complemento indispensável
Em lugar de palavras adjuntas
Que se insinuam argutas
formando frase em espasmos.
Pretérito, futuro e presente
Não necessariamente na ordem
Versos me veem frementes
Causando em mim comichão
Escrevo-os até em papel de pão
Lápis, caneta, quem sabe crayon
Uso até cair em desuso
A mim mesmo descrevo
Pedaços de confissões
Aclamada proeza
Nas estrofes coesas
Modéstia atrás da leveza
Da Rainha guiando os peões!