Viajem da morte

Se o vagão e frio não se incomode

Que quente também não me agrada

Não sei para onde os trilhos levam

Mais sei que não é terra sagrada.

O trem está partindo,

Na janela o brilho do sol me cega.

Para eles lá fora é divertido,

Apenas mais uma entrega.

Encontrei um amigo Oskar Schindler.

Disse: aguente firme não esqueça.

Enganando os soldados da escolta,

Jogou água no trem e na minha cabeça.

Chegando no fim dessa viajem.

Não sabia que o fim também chegava,

Viagem que eu quem foi a carga,

Quem um dia chamou, hoje expulsava.

Saindo do trem tem que correr,

Mulheres carregam as crianças.

Homens trabalham com ferro quente

E os mais velhos perderam as esperanças.

Muito trabalho e pouca comida,

Nessa vida não tive sorte.

Depois de tanto sofrimento,

Veio o banho da morte.