O Corvo e os Abutres

Os olhos vermelhos,

A morte no espelho,

O grito, o desespero

Os tolos não viram.

As marcas deixadas,

Das porradas na cara.

Das balas nas casas.

Os tolos sorriram.

Não viram que o sangue,

Que nas ruas corriam.

Os filhos que morriam,

Também eram seus.

Vivem enganados,

Com os lombos marcados.

E ainda não entenderam,

Quem foi que perdeu.

Não se deixe enganar.

Os abutres famintos,

Querem te devorar.

Não respeitam nada, nada.

Se perderam na estrada.

Da decência, da coerência.

A demência os devorou.

E o fogo, morrendo negro.

Urdia sombras desiguais.

Outro golpe?

O Corvo disse " nunca mais".

(Trecho inspirado de "O Corvo" de Allan Poe)

Antonio Candido Nascimento
Enviado por Antonio Candido Nascimento em 10/06/2017
Reeditado em 28/01/2019
Código do texto: T6023636
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