A rua
Trem lotado, matrona de toda mazela
Passos apressados, cerradas velhas janelas
Mais uma vez atrasada, já de posse de sua flanela
Vislumbra no horizonte, que o morro é, de fato, sua aquarela.
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Menino-moleque lustra os sapatos
Na mais tenra idade
Daquele garboso senhor aristocrático
O qual nega o seu direito à dignidade.
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A magia e a cultura daquele palhaço
A oblação de um legado de arte
A céu aberto em um tímido espaço
A popularidade das ruas que nos faz parte.
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Sanfoneiro resgata histórias de amor
Com seu instrumento que chora de dor
O cântico do envelhecimento
Registrado em melodia de tanto talento.
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Fim da labuta diária. Foi dureza!
Chegadas e partidas
O chope gelado na mesa
Não precisa de muito da vida.
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Malabares traz o colorido
Para o assombro da cidade cinzenta
O tempo do semáforo é implacável e preciso
Às almas perdidas aos volantes acalenta.