Eu que não saio de miúdo por aí.

Eu que não saio de miúdo por aí.

Me recuso.

Meu falar espalhafatoso me desvela.

Esses instantes que cito e recito transbordam.

Eu que não calo minhas verdades por aí.

Eu não calo e não caio.

Meu andar cambaleante me recorda

Todas as vezes que andei e corri pelas ruas a esmo,

Procurando e não encontrando você.

Eu que não paro de andar por aí.

Mas percebo.

Que todo o farfalhar das notas são outros.

Não há realidade no seu canto,

Nem naquele emaranhado de nós, que você criou.

Mas agora.

Eu vivo relembrando a história,

E não há pouca memória que remonta,

Todas as histórias que passaram por nós.

Eu que não saio de soslaio por aí.

Mentindo, vivendo, criando passos em vão,

Contradizendo todos os passos que já dei.

Eu que não saio de olhos fechados por aí.

Querendo fingir e não ver,

O que todos os olhos vêem através das claras escuras nuvens, amor.

Eu que não saio de costas para a vida.

Ainda que nela, você esteja de partida,

Cantando outros nomes e fazendo novas histórias.

Eu que não saio de costas da sua vida.

Me recuso.

Tatiana Marques (Tath)
Enviado por Tatiana Marques (Tath) em 23/10/2017
Código do texto: T6150884
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.