E ele caminhou,
quilômetros sem saber para onde
e junto aos passos seus,
palavras soltas eram ouvidas e incompreendidas.
Enquanto caminhava, explicava
que o sentimento que lhe assaltava
era nobre e para poucos neste mundo...
e o vento, ouvindo indagava:
_ Para onde levo tudo isso?
E elas voavam
como plumas no imenso azul do céu 
povoando o ar de magia
sem poder recolher sua leveza.
Eram apenas palavras incompreendidas. 
Dispersas como folhas no outono
eram lançadas pelos labirintos do caminho,
e ele pensava: por quê?
Porque tinha ânsia de amar.
Mas descobriu, ali
em meio à tarde fresca de julho, que amor voa.
Para onde?
Não se sabe. 
A caminhada na terra terminou antes dele encontrar respostas.