O Sujeito Quasímodo

Entre os labirintos

Da segregação caminhava

O sujeito Quasímodo.

As suas formas descomunais

Causava espanto!

Quasímodo era a aterradora visão

As suas palavras dóceis

Os seus talentos infinitamente criativos

Não despertava compaixão.

As suas habilidades eram exploradas

A sua humanidade descartada

Como se ali, não houvesse um coração

Cansado, abriu mão da chamada civilização

Caminhou em direção a floresta

Abriu na mata uma brecha

E caminhou em direção ao bosque da solidão.

A civilização que tanto o explorava

E descartava a sua humanidade

Devido ao seu estereótipo fora de padrão

Criou lendas assustadoras com a sua existência

E extirpou qualquer possibilidade de humanidade

No imaginário da sua geração.

Sentado no topo da arvore mais alta

Lá no bosque da solidão

O sujeito Quasímodo sentiu-se livre

Ao observar que o lugar civilizado

Tratava-se de uma grande prisão.