Olhos de Alma

Eu escolhi você...

Como se fosse meu último ato desesperado

Antes de fazer meu coração parar de bater.

Não tenho o interesse de aprisionar - vos

E menos ainda de pedir - vos que fiques.

Não tenho ganas de tocar - vos o corpo

Nem se quer de sorver de teus lábios o sabor adociado

misturado a decepções e friezas.

Eu ouço o palpitar de seu coração.

Vislumbro as cicatrizes de sua alma

como uma obra de Monet e ali me enxergo.

Me acho...

Me descubro feito par,

como aquela ligação bizarra de dois pólos sobre a mesma pele.

Mas eu vi teus olhos...

Como feitiço de amor lançado em noite de Lua Cheia.

Senti o calor forte de uma alma descrente,

guerreira e forte.

Senti o sangue, vermelho vivo, arder em minhas veias,

corando - me a face, feito o tolo Ícaro admirando o Sol.

Era preciso, precioso e palpável.

Era vida pulsante nas órbitas oculares, escondendo a galáxia perfeita

que a ciência desconhecia.

Quem se esconde por trás do véu quando caí a noite?

Quem olha o espelho reverso da alma sem ao menos almeja - lo?

Quem de nós, seres sabedouros destes e de outros mistérios, não se apaixona por almas vivas em doces olhos amargurados...

L Orleander
Enviado por L Orleander em 21/10/2017
Código do texto: T6148543
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