100 SONHOS DA LIBERDADE

100 SONHOS DA LIBERDADE

Marlos Guedes - 16.10.2017

Quando penso no comunismo

Vejo uma tábua indígena

Toda uma sociedade

Homens, mulheres e crianças

Vivendo em bela harmonia.

Se a fartura é grande

Também grande é a alegria

Mas quando a natureza castiga

Todos dividem o mesmo sofrimento!

E tenho certeza

100 anos é pouco tempo

Mas um dia a gente arrebenta

A pior desgraça humana

A tragédia capitalista!

Na sociedade que eu penso

Igualzinha a uma aldeia indígena

Onde o comunismo é cultivado a todo instante

Não vejo crianças com tubos de cola

Cheirando intorpecentes pra suportar a dor do abandono

Perambulantes, com fome, a vagar na tristeza

Que são, portanto, o substrato da sociedade burguesa

Pois essa sociedade que mata, separa e rouba a energia de todos os operários

E espalha as desgraças humanas

Sei que 100 anos de sonho é pouco

Mas um dia a gente destroi os pilares da infelicidade

A tragédia capitalista!

Na cultura que eu penso

Do jeito que é uma tábua indígena

Não existe escola particular

Tudo é público, sem matrícula, nem mensalidade

Logo cedo a criança aprende a língua, os custumes, as danças, as canções, a liberdade, os fundamentos comunistas

Logo cedo a criança aprende os valores de suas crenças, música, e inicia as práticas produtivas

Sem pedir licença a nenhum burguês capitalista

Por isso eu tenho consciência

Que um dia a gente derrota

A grande desgraça humana

A tragédia capitalista

Nas moradas que eu penso

É igualzinha a uma sociedade indígena

Lá não existe movimento dos sem tetos

Todos tem sua locas, seus cobertores, suas redes.

Um índio não vende barraco pra outro morar

Se juntam e constroem, com material da natureza, as casas necessárias

Numa visão solidária que é sua base cultural

Ninguém fica desprotegido

Todos são incluídos, naturalmente, na convivência comunista

E, assim, eu tenho certeza

Um dia a gente derrota a tragédia capitalista!

A sociedade da minha utopia

Está logo alí, numa aldeia indígena

Lá não tem movimentos dos sem terra

Toda as lavouras são pra sobrevivência coletiva

A terra não precisa ser dividida

Pois lá não existe individualistas, nem capitalistas

Muito menos grandes latifundiários

O latifúncio pertece a todos, homens, mulheres e crianças

Por isso eu tenho esperança

De decepar a cabeça mais tirana

Que é a cabeça da desgraça capitalista!

Neste instante que escrevo esta poética

O relógio marca treze horas

Do dia 16 de outubro deste 2017

Véspera da comeroração

Dos 100 anos da revoluçao

Que começou em 1917

Portanto, aqui presto a minha homenagem

As mulheres e homens que teceram suas lutas libertárias

- nestes 100 anos de sonhos e esperanças.

Pois, capitalista nenhum destece

O sonho dos guerreiros destemidos, a utopia que alimenta suas bravuras

Por isso, eu tenho certeza

Um dia a gente derrota

A pior das tragédias humanas

Que é a desgraça capitalista!