A PRAIA VIROU CIDADE

Ondas de muros

Praias de tijolos,

Mares de especulações,

Horizontes de construções,

Orla de solidão,

O que era divertimento,

Por força do isolamento,

Virou solidão,

Restando as lembranças

Dos tempos de liberdade

Onde o vento corria livre

Nas praias das emoções,

Onde a única construção,

Era uma jangada perdida,

Uma fogueira aquecida

E o sono atrevido

Sem hora para acordar,

Amanhã mudar de lugar

Ir pra onde quiser,

Pois ela não tinha dono

Era de todos,

Era do povo,

Não tinha escrituras,

Só areia,

Ondas,

Marisia e luar.

Ainda bem que tive lá.

Hoje não consigo ver as ondas,

Só prédios.

Se o sertão vai virar mar

O mar virou cidade.

QUERIA QUE A PRAIA FOSSE PRAIA.

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 12/10/2017
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