Discrepante Diálogo
- Mas que face sofrida, meu amigo.
- O que ?
- Seus olhos não estão como antes, eles clamam algo.
Fiquei em silêncio por alguns instantes, não quis cogitar algum motivo... Veio o pranto nocivo, imune a conselhos. Admirei sua capacidade de querer me animar, e exclamei.
- Meus olhos apenas refletem minha dor! Aos maus olhos digo que são bons, pois nunca escondem seu lirismo interior, seja bom ou mau, mas o que são estes?
Espantado com minha oratória, repeliu.
- Não, não te ofendas, mas acho que isso é demasiado drama, ainda sentes algo mesmo com a desgraça daquele Jardim?
Retribuí sua infame crítica.
- Amigo meu, tornas-te maldito nesse curto período. Como ousa contrariar esta desgraça tão íngreme, que tenho levado até hoje? Este fardo está me matando! Sufucando... Enlouquecendo. Apenas traga-a até mim.
Ele não quis mais prosa, e veio até mim seu epílogo mortal.
- Se alimentas tanto a morte, espero que encontre vida até a gula!
Como um falso poeta, exprimiu seus sentimentos em um período desordenado cheio de críticas imutáveis.