Itinerante sobrevivente

Viver é uma arte

Cada qual caminha contribuindo com sua parte

Andar na linha ou na corda bamba, tanto faz

Eu, procuro paz independente do sucesso

Por isso eu não me apresso

Fazendo versos eu vou por aí escrevendo a minha história

Em minha memória talvez falte um parafuso

Não sei se vou, se fico, ou se fujo

O certo mesmo é que vou cada vez mais devagar

Vou sem parar, fazendo escolhas e apostas

A minha casa, tal qual um caramujo, carrego nas costas

Sigo levando comigo pedaços de amigos e de inimigos também

Assim vou vivendo, colecionando tralhas, corrigindo falhas, alimentando ilusão

Sigo rabiscando versos e deixando marcas pelo universo numa infinita construção

Sigo fazendo bem ou mal a minha parte

Sigo rimando tempo com arte para não me perder na escuridão

Sigo de lugar em lugar para lugar algum

Sigo sendo apenas mais um nesta imensidão de eternos sobreviventes

Sigo independente de saber pra onde vou, porém, fazendo arte sei que longe vou