Desabafo de uma vida vazia.

A vida é estranha. Eu, mais ainda. Sinto que falta algo. Sei o que é e afiro que está distante.

Amor. Dinheiro. Amigos. Menos vulnerabilidade e omissão. Existem coisas que não escolhemos.

A felicidade tem sido disfarçada por sorrisos. Mas ultimamente tá difícil não transparecer tamanha podridão interna.

Tenho que me contentar com o essencial. E ficar feliz por isso. O luxo de reclamar não é opção pra mim.

É que as vezes não se deixar levar é impossível. Entretanto, não estou importando nem comigo mesmo. O resto, menos ainda.

Sinto que sou mais uma agulha a preencher qualquer vazio sem importância e plenamente substituível. Sinto que se o amanhã inexistir talvez seja melhor. Pra mim, pro mundo, pra tal instituição chamada família.

Tenho sido um poço vazio impreenchível. Não há água, não há peixe, não há quem sobreviva. Não há porque sobreviver.

Meus sonhos desfaleceram-se. A realidade nada mais é do que o seguimento natural de algo corrompido.

Mas amanhã será um novo velho dia.