Por ser Vida

Teve sombra, frio e calor. Aventura, desventura, embalo e dor. E choveu em demasia, estiou por um ano inteiro. Foi dor, prazer e ócio. Foi acido e áspero. Foi transa, masturbação e canção. Teve alegria, choro, morte e vida. Fui vívida. Teve fonte, lua minguante e desespero. Eu presenciei absorto. Uma vida abortiva. Foi fúria, mansidão e marasmo. Altiva, humilhada e nem vista. Quase que morri. Foi latente, lépida e demente. Foi tudo que se expressa. Braços, pernas e corpo.

Teve ventania, calabouço e asfalto. Esteve cru, queimado e dissipado. Foi vista, quase lá, beirando o abismo. Suicida. Foi presente, ausente ou nem notada. Reproduziu, usufruiu e ceifou-se. Geriu, creditou ou nem usou. Teve lado. Por um acaso amou. Por amar minguou, cresceu, perdeu, ficou, plantou, gerou. Foi mar, rio e braço de rio. Suou, nasceu, lavou, cansou e parou. Mexeu, chutou e rasgou. Foi bela, incerta e sofrida. Cativou, odiou e morreu. Teve vida, mais do que isso, foi vivida.

Rodrigo Sanchez
Enviado por Rodrigo Sanchez em 19/09/2017
Reeditado em 19/09/2017
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