Encontro entre mãe e filho após cirurgia de alto risco

Entrei no quarto e lá estava ela, repousando. O coração acelerou, as mãos ficaram úmidas e um sorriso rasgado e natural surgiu.

- oi... Como se sente? -digo. Quase chorando de emoção.

- ainda não sinto meu corpo direito. -ela responde.

Me abaixei em seu leito e dei o abraço mais puro e amoroso. Ficamos por alguns minutos nos encarando e sorrindo com os olhos enquanto as enfermeiras nos olhava com expressão de questionamento.

- está sentindo alguma dor? -perguntei, já sabendo que a resposta era quase retórica.

- por enquanto eu não sinto... Ainda estou sob o efeito da anestesia. -responde ela, tocando suas pernas inertes.

Continuamos a nos encarar com olhares sorridentes. Nas entrelinhas, tudo dizia que não só o dela como nosso sofrimento havia acabado.

E ali eu senti que nasci novamente. E com uma outra oportunidade de receber e oferecer carinho à minha progenitora.

Felipe Sants
Enviado por Felipe Sants em 26/05/2017
Código do texto: T6009523
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