Namoro relâmpago

E foi tão emocionante aquele dia.

Ele me beijou, o vento passava por nós, ele ajeitava o meu cabelo, os risos e conversas de fundo, era tudo tão completo. Eu estava onde eu queria estar e com quem eu mais queria estar. A conversa com meus amigos fluíam naturalmente, ele parecia que se encaixava em todas as dobras da minha vida. As vezes quando a gente acha que está muito bem, vem a vida e te mostra que aquilo é para durar somente uma fração de segundo. Acontece que o segundo nem sempre tem a mesma duração, pode durar literalmente um segundo, ou pode durar uma semana. Nunca se sabe.

Ai então ele me levou para a casa dele e nos beijamos mais. Pedi que não deixasse marcas em mim, era no sentido denotativo, mas ele pareceu entender que era no sentido conotativo e fez. Deixou. Claro que eu não percebi naquele momento, porque cicatrizes são coisas que só aparecem depois de um tempo. Tem coisas que você nem imagina que deixará marcas e de repente elas deixam. Ele me tocou de todas as formas, em lugares que ninguém jamais tinha tocado. E eu deixei. Olhei bem fundo nos olhos dele. Era tudo o que eu queria, então eu me empolguei demais. Mergulhei. Me entreguei completamente como se aquilo jamais pudesse dar errado. Só que ai deu errado.

Muita pressão, muita pressão, ele dizia muito rápido e repetidamente. Ele me contava como que não conseguia lidar com todos os seus problemas e eu fingia que estava sabendo como lidar com aquela situação. Ele me apresentou a todos os amigos, conheceu os meus, quase viajou por meu intimo. E ai sem mais nem menos, ele foi embora. Ele me deixou. Me deixou porque talvez eu fosse a única coisa que estivesse dando certo na vida dele. E eu acho que é assim que acontece. Acho que quando alguém está acostumado com coisas muito erradas dando em sua vida, quando algo bom acontece, ela não sabe distinguir se aquilo é certo ou errado.

Mas no final, agora, nada importa. Somos duas histórias complemente diferentes agora, um namoro relâmpago, que eu gostaria muito de poder esquecer.