Limite

Qual é o limite da sua paciência?

Um "poço de paciência" assim eu me descrevia, é verdade que às vezes o pavio era bem curto, mas absorvia e sempre absorvia como se uma ofensa fosse sempre verdadeira ou aquilo que o outro me dizia com finalidade de ferida. Achei que o limite da minha paciência tinha sido testado em pleno pátio, quando um dedo indicador intruso invadiu meu espaço rosto sem que eu soubesse, mencionasse ou de tanto que me examinasse descobrisse um único motivo "erro" que justifica-se, por mais fútil fosse. Achei, até ontem achava, tola pensar que me calar pra alguém que às 2 da manhã me acordava porque precisava conversar e desabafar, que tinha de mim o que dava e dou a qualquer um que precise, nutrindo daquilo que nem eu mesma tinha, fosse o conhecimento do limite da minha paciência. Penso que nesta vida ninguém atinge a perfeição, ninguém é tão somente sorriso, bondades, e ninguém é somente rancor, desamor, maldade. Por mais que nos esforcemos a melhores sermos se fossemos tão perfeitos já estaríamos nos braços do Pai. O ser humano fadado a sempre estar correto ou sempre estar errado perde a capacidade de examinar-se, corrompe seus próprios limites. Porque assim como nós temos o direito de nos limitarmos o outro também se limita. A capacidade de anular-nos das nossas esporádicas relações humanas nos tornam pessoas amáveis, passíveis a quase tudo. Mas a minha capacidade de tolerar, não me torna incapaz de dizer "basta". Porque paciência é como um copo vazio, mas tem o seu devido limite. Não foi uma gota de água, um desrespeito qualquer de colega de classe, mas um copo completamente cheio. Não me orgulho de estabelecer esse limite, é lamentável quando ele é reconhecido, mas é necessário seu conhecimento. Colho espinhos das sementes que na vida plantei, planto flores na esperança que um dia as colherei, na proporção que as minhas limitações permitirem.

27/04/17