Ação e Reação

“Todo berço de agora retrata o que ontem se passou”

Emmanuel

O pensamento é de onde se extrai a essência da ação. Em verdade, é impossível agir sem pensar. No cérebro é onde se manifesta todo o mecanismo das mensagens transmitidas ao corpo até que se transformem em ato físico, e é a matéria através da qual a mente se articula.

A mente é indetectável pela ciência, já que não é matéria. Mas é uma energia. Toda energia se transforma. Tudo o que se passa na mente, tem transformação em algum tempo, em algum lugar. A velocidade do pensamento é superior à da luz. As energias podem se interligar, se chocar e serem ou não afins. A afinidade de outros pensamentos pode mover-se em velocidade maior que a da luz, para vir de encontro com a energia gerada. A finalidade dessa energia, pode ser justamente a ligação com outras energias afins, culminando em efeitos maiores ou menores, conforme a intensidade e fixação com que são liberadas e unidas. Cargas positivas unem-se a cargas positivas, cargas negativas unem-se a cargas negativas. Forças opostas se repelem. Forças iguais se atraem. O pensamento é uma ação. A ação mental de pensar.

O pensamento precede toda ação física. Ele é uma energia. Essa energia é direcionada para algum lugar. É impulsionada por uma força geradora. Esta força pode ser interna, externa ou ambivalente. Constantemente, o pensamento é representação de um desejo.

Todo desejo, expressa a natureza psíquica de um ser. E toda natureza psíquica é resultado da transformação milenar da energia geradora, que atravessando os tempos, molda a personalidade com traços adquiridos por forças passadas e impulsos atuais que interferem no presente efeito que se tem do fluido existente.

O espírito é uma ação e uma reação. Ação, pois sua presente conduta é responsável por gerar aqui e agora, os efeitos do futuro, e reação porque é resultado do que gerara anteriormente através de outras ações. Não sabe o homem exatamente, quais ações pretéritas debitaram- no suas atuais desolações, nem mesmo seus benefícios alentadores. Mas sabe-se que sua existência trata-se de uma extensa junção de provações e créditos adquiridos por ele. Suas provações são reações das ações erradas no passado. Ao criar energias desequilibrantes em outras psiques, é diretamente consequente que se desestruture a própria psique, já que todo bem, como todo mal retornam ao seu ponto de origem.

Tomemos como exemplo uma força deferida contra uma parede. A força direcionada ao concreto, instantaneamente é devolvida à mão, que sob o ato de se pensar em bater, gera a ação que retorna em forma da reação, podendo até mesmo machucá-la, dependendo da intensidade significativa ou não com que foi deferida.

No entanto, energias geradoras da paz universal e da conscientização do ser, amenizam provações, não interferindo, todavia, no pagamento do débito pela ação gerado. Pode-se dizer que respostas aos atos desequilibrantes, como por exemplo o arrependimento, a caridade e a força de vontade de reparação do dano, são freios às consequências desastrosas que o próprio ser cultivou para si.

Tomemos então, outro exemplo de uma bola chutada contra a trave. Sabe o ser que a chutou, que ao bater na trave, esta volverá a si, podendo machucá-lo, da mesma forma que se ao bater noutra pessoa ao invés da trave, poderá chegar até ela com grande força. Sabe que tanto o encontro com a trave como com a pessoa em sua direção trarão consequências geradas pelo seu ato impulsivo, desmedido e desastroso de chutar- um efeito direto e outro indireto, já que no segundo caso a resposta virá da pessoa que devolverá a força proferida por ele. No entanto, ao notar a tempo a natureza das consequências envolvidas, arrepender-se e colocar-se à correção, pode a pessoa por obstáculos à frente da bola, afim de que vá perdendo a força original, até chegar enfraquecida ao seu destino. No pior dos casos, o perdão pedido à pessoa e o aprendizado de que não se deve dar forças desarticuladas a uma matriz geradora, ensinam ao ser como proceder futuramente e reparar o dano causado após a resposta direta ou não das suas ações. Vê-se que inevitavelmente, toda resposta vem.

Nas searas da vida cotidiana, o homem se encontra sob fortes influências que não sabe ainda identificar. Volve para o mal, como tomba para o bem, sem entender inteiramente que a força maior vem da atitude mental que molda a moralidade. Tantos sofrimentos se propagam pelos seus derredores, em seu interior, de forma a vitimizar-se, a terceirizar suas responsabilidades como mecanismo de fuga da aceitação real de que todo sofrimento inicia-se na ação do espirito.

Deus, em sua infinita bondade não impõe aos homens sofrimentos pelos quais a inocência desmerece passar. Deus não atribui vinganças contra seus próprios filhos, punindo-os. Qual seria o fundamento lógico de se criar seres imperfeitos que somos, para assim puni-los frente à atitude errante?

Baseando-nos em provas que podem ser simplesmente a profunda análise ao nosso redor, vemos que a espécie humana passou por um longo e vasto processo de evolução. Esta, continua. Analisemos remotamente as devastações de almas viciadas, violentadas e assassinas que jorraram sangue na história e a decadência moral que predominava nos holocaustos, nas grandes guerras, algumas ainda persisitindo, conforme a andança dos homens a caminho de altos voos que ainda não se fazem, mas que, se comparadas com antigamente, já surtem resultados significativos na caminhada dos seres humanos. Como negar a busca, ainda que lentamente do homem, por sua elevação espiritual, por seu contato com Deus? E como negar que esse contato se faz cada vez mais partindo da própria vontade racional do ser, que entende a necessidade de crescimento? Os homens evoluem, à caminhada longa até chegarem aos anjos, que já foram uns de nós.

Deus, misericordioso e definição do amor, entende que não somos perfeitos. E possibilita para nós o sofrimento como sendo a reação responsável por nos reabilitar nas transformações morais. Deus não pune, permite a oportunidade de purificação. E envia tantos bons recursos como, almas superiores e nosso mestre Jesus, como prova de seu amor o qual nos induz a provar e repartir, como sendo a infinita fonte que sustenta o mundo e a existência de você, espírito.

Deus entende que uma vida não é o bastante. Basta tantas outras para que tamanho aprendizado alcance gigantescas proporções, afim de trabalharem como zeladores junto a Ele de toda a humanidade. Deus não oferece a teu filho errante e imperfeito, a primeira e única chance. Oferece a reforma íntima para o profundo entendimento de que o amor é a energia geradora e mantenedora da vida e da felicidade, já que é ação pela qual se apresentam reações de saúde, plenitude e paz.