A idade da identidade

Como tudo ocorrido foi diferente do planejado. Claro que foi diferente, afinal, nenhum caminho foi traçado. Eram apenas resquícios e sinais de experiências que eu vivia e do que não havia gostado. Afinal, como tomar decisões coerentes para o resto da vida quando você ainda nem aprendeu a se virar sozinho? Haviam vários caminhos, várias alternativas, e o acaso escolheu por mim. Até certo ponto. Depois o amor decidiu. E esse mesmo amor, que sumiu, me fez tomar outras decisões, mas, dessa vez, por amor próprio. Pensei que havia sido. Mas agora, pensando melhor, talvez tenha tomado a decisão não por amor próprio, mas pelo amor que, provisoriamente, sumiu de nós. E o provisoriamente, aqui, não significa esperança de retorno. Soa mais como perguntar quem nos tornamos. O que queremos. O que mudou. Quem seremos.

A única coisa que sei é que, a cada dia que passa, deixamos um pouco do que fomos, e as dúvidas se tornam cada vez mais frequentes sobre quem somos e quem seremos.