Reserva ou exposição?

Não quero reservar nada

Quero doar tudo

Não levarei nada com a morte

Que pelo menos minhas palavras vivam

Se um dia, pensar em publicar um livro

Pode ser que nada seja inédito

Mas nada é novo para mim

E se alguém ainda lembrar do que foi escrito (o que duvido)

Talvez encontre em minhas linhas, novo sentido

Porque até meus sentimentos mudaram

E a mesma frase, nunca é igual em dois momentos distintos

Mas sempre me dizem: "podem roubar os seus textos"...

Mas eles nunca me pertenceram

Sim, vieram por mim...Mas como filhos, não são meus

Mas está tudo lá, legalmente registrado e batizado, caso ainda reste alguma dúvida entre nossa familiaridade

Mas se isso ainda não basta, eu digo: Basta!

Podem levar! Não quero nada!

Porque se guardar, me enveneno..

E de que me servirá o veneno, estando morto?

E se ainda assim, nada mais restar...

Me resta escrever tudo novo, tudo de novo,...

O que escrevi, não me importa. Passou!

O que escreverei sim, ainda nem começou...