Sentir-se
Sentir-se
Nestes tempos tão sombrios onde vejo a cada esquina.
Risos fáceis tão gentis como fantasmas da minha sina.
Me vejo cansado e imóvel em um mundo tão sombrio.
Neste mundo em desencanto onde tudo é felicidade,
não me sinto, não me encaixo, fico sempre a espreitar.
Sei que tudo é passageiro e isto também hei de passar.
Mas agora me deparo sozinho novamente neste assombroso lar.
Estou cheio da plateia que vive sempre a proclamar como se fossem perfeitos mas eu sei que perfeição não há.
Já passei do egocentrismo, hoje quieto vivo a cantar, não sou o fantasma de outrora mas o eremita que vive a peregrinar.
Certas coisas me inquietam e desalentam o meu penar.
A falta de humanidade que observo a “prosperar”.
Neste mundo de faz de conta em que tudo se faz vangloriar não sou eu que cantarei nem sou eu que irei blefar.
E assim, me despedindo, peço paz e proteção, coração de menino e olhar na imensidão.