As amarras no meu pescoço nunca foram físicas

Me vejo num quarto escuro, sozinho, me falta ar, mas não é só ar que me falta, falta aceitação, falta um apoio, faltam coisas que eu nem sei dizer o que é, no momento me falta o chão. Será que estou suspenso? Minhas pernas debatem, mas não sinto nada, estranho nunca pensei que sentiria alívio em não ter uma base. Minhas mãos puxam as amarras em um ultimo esforço em vão em busca do ar, em busca de ajuda. Eu grito, mas ninguém me ouve, ou será que por um breve momento fiquei sem voz? Não sei dizer ao certo o que está acontecendo, todo esse barulho, toda essa confusão ao meu redor parece estar sumindo. Será que ninguém liga pro que estou fazendo? Por um instante ouvi um barulho, bem que podiam ser meus amigos, acho que agora eles não estão aqui, mas mais tarde estarão todos reunidos.[...] Gente que eu não via faz tempo está aqui, mas também estou sentindo falta de alguns, tudo bem, eles devem estar viajando, cuidando de sua própria vida, ela é frágil, temos de cuidar mesmo. Ei você aí, ei olha pra mim, você está muito sóbrix, bebe mais um pouco. Eu sei que não nos víamos a muito tempo, mas não precisa chorar não, agora estarei sempre com você, não importa onde você estiver, magina eu tô super bem, eu te amo não fica triste não. Onde eu estou agora é diferente, não tem dor, eu sou aceito, eu posso brilhar, eu posso ahaaazarr, eu posso ser eu mesmo.

Bruno Toniolo
Enviado por Bruno Toniolo em 17/01/2017
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