Eu Rio

Afeiçoar-me por ciladas.

Tão clichê.

No chão sujo do banheiro

Alagado por dois pingos graúdos

De mijo ou suor ou lágrimas não sei

Vi lá um aquário de água suja onde refletido nado em eternas espirais.

Indo de lugar algum a porra de lugar nenhum

Nadando contra a correnteza do senso comum.

A ostensiva jactância ególatra do outro

Sendo o subterfúgio e a força motriz moqueadora

Do quão raso e fracassado és.

Eu rio.

Num rio de águas baças salinizadas opressoras de gargantas.

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 31/03/2016
Código do texto: T5591123
Classificação de conteúdo: seguro