Gratidão

Amado Deus.

As coisas estão acontecendo.

Elas acontecem na vida real a despeito de eu subir e lhe ouvir dizer que "não".

Eu não sei se você realmente me diz "não". Eu não sei se essa voz é sua. Mas ela tem vindo... Com força... desde que... eu decidi fazer as coisas do meu jeito.

Não estou buscando controlar nada, pela primeira vez. E aí as coisas acontecem.

E eu te escuto ouvir não. Será que não é minha própria voz "viciada" que me diz "não"? Porque para ela sempre foi "não" e nunca "sim".

Deus, me esclarece esse ponto. Me esclarece o que eu realmente quero. Eu sempre ouvi as pessoas (meus pais) me dizendo que eu não queria o que eu dizia que queria. Sempre ouvi os outros inclusive me falando que era mentira as minhas vontades. Que minhas vontades não eram reais, eram ilusões. Deus, eu sinto medo de estar me iludindo. Nunca mantive nada consistente na vida e minhas certezas sempre foram fracas... Para me deixar guiar. E ser humilde.

Existem pessoas importantes na minha vida, das quais eu quero cuidar e amar. Eu quero aprender a manter as coisas e as pessoas ao meu lado. Eu quero aprender a manter as RELAÇÕES.

Existem pessoas que se importam comigo e a despeito da minha superioridade mediúnica e da minha vontade de controle e comando, essas pessoas já estão aqui. Elas vieram sem que eu controlasse. Elas chegaram com tudo.

É misterioso que muitos sonhos estão acontecendo sem que eu esperasse. Mesmo quando eu não me senti merecedora.

E eu, embora todos esses sonhos se manifestando... Eu sinto-me com dor, hoje.

Uma dor no peito. Que é medo.

Medo de não saber como cuidar.

Medo de não ser a verdade... e assim, acabar "perdendo".

Deus, existem coisas que ainda estão aqui, e o medo da morte ainda existe em algum nível.

Deus, o medo da perda continua aqui.

Esse medo me paralisa e não me permite avançar na vida, Criador...

O que eu ainda quero fazer aqui? O que eu ainda tenho para fazer nesse lugar?

São os dragões...

Talvez a coisa seja muito mais simples do que estou problematizando.

Talvez ao libertar os dragões é que eu vá, de fato, começar a viver, e seja apenas isso.

E talvez seja apenas disso que eu tenha medo: de viver de verdade.

Aquela sensação de nostalgia voltou com força.

Provavelmente eu sinta medo de perder o que já conheço: o "não viver". Talvez seja esse o meu maior receio: perder o que levei tanto tempo para construir... Para sobreviver.

Deus... Quem eu serei após ter perdido inclusive isso?

Alecrim Cristal
Enviado por Alecrim Cristal em 14/09/2017
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