Perante

Perante o trono me desfaço –

Sou como ninguém,

Torno-me apenas o resíduo de minhas ações,

Sou como um homem de segredos descobertos,

Uma ínfima súmula

Que só tem o direito de ser sincera.

Este perante não deve apenas à representação.

Mero advérbio? Servo e Rei?

Filho e Pai? Homem e Deus?

O cheiro da canção sem timbre?

Que seja para além da intensidade

Uma fusão meio abrupta – quase uma unidade

O céu que beija a terra

O arrebatamento da humana sinceridade

Este momento de conversa

De dentro pra fora

Em direção transversa

O vislumbre do Eterno Agora:

Os ouvidos de um Deus

Os lábios de um homem

Vozes que somem

Gemidos inexprimíveis do eu

Um Deus que fala;

Um homem que escuta;

Uma infinita ausência

Preenchida de carências

Satisfeita nas doenças

Dividida no silêncio ensurdecedor;

Guardado na alma o labor

Do desejo intenso pela divina presença

Todas as honras ao Eterno Emanuel!

Que não seja apenas Deus Conosco,

Que seja também Nós Contigo.

Cristo, tua noiva te ama.

Leandro Santtos SM
Enviado por Leandro Santtos SM em 17/12/2016
Código do texto: T5855531
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