TEACHER VI - A LITTLE HELP FROM MY FRIENDS - CAP. 2

A LITTLE HELP FROM MY FRIENDS – Capítulo 2

Rupert entrou na sala de aula atrasado no dia seguinte, meio amedrontado.

Sara, Décio, Nelson e Tereza já estavam lá, assim como toda a sala. Todos estavam muito calados e olharam para ele ao mesmo tempo, quando ele entrou, o que pareceu assustador para alguém que tinha passado por emoções tão fortes no dia anterior.

Túlio, um dos rapazes da sala, levantou-se e foi fechar a porta, logo que ele se sentou em seu lugar ao lado de Tereza e falou:

- A gente quer falar com você, Rupert.

- Falar... comigo?

- É. Eu e todos os seus colegas do Quarto T.I. A Sara, num gesto muito bonito de confiança, ontem, contou pra gente o seu problema.

- Ela fez isso, é? – ele perguntou, olhando para a moça que sorriu.

- Fez, mas não precisa ter medo. Ninguém aqui nessa sala quer te crucificar. Todo mundo entendeu na boa o que aconteceu e nós sabemos que você teve seus motivos pra esconder tudo de todo mundo e... compreendemos. Mas ela e todo mundo entendeu também que a situação pesou pro seu lado, que a barra ficou pesada demais pra você carregar sozinho e pediu nossa ajuda... já que você mesmo não pediria.

- Ninguém tem nada a ver com meus problemas, Túlio...

- Eu sei e todo mundo sabe que foi isso que você pensou, mas estamos sabendo também da sacanagem que o Matheus de Matemática fez com você e... estamos esperando... como você, a decisão do reitor.

Rupert levantou-se e olhou para a sala inteira.

- Gente, ninguém é obrigado a se meter nisso... talvez... nem dê em nada...

- O bedel já passou por aqui procurando por você com o aviso dele e talvez volte logo. Você vai subir e falar com o homem... e nós vamos ficar aqui embaixo esperando pra saber o que ele decidiu.

- Isso é loucura. Eu sabia que a Sara...

Túlio continuou:

- Todos aqui ainda têm um semestre pra acabar o curso. Isso significa muita grana que sai do nosso bolso pro bolso deles. Bom, todos nós, quase que unanimemente, com exceção de uns dois ou três que já saíram da sala por motivos que não vêm ao caso agora, decidimos que... se você for expulso do curso... ninguém mais estuda aqui esse ano a partir de hoje. Ninguém mais. Vai ser o nosso protesto silencioso.

- Vocês enlouqueceram... Rupert disse, com os olhos já cheios de água.

Beatriz, outra aluna da sala, levantou-se timidamente da carteira e falou:

- Rupert, a gente adora a Laura e agora o bebê que ela vai ter, independente de como ele tenha sido feito. E admiramos você pela coragem de arriscar sua carreira por ela, fora o fato de ser o grande colega, apesar de ser sempre tão... na sua... A gente sabe da paixão da Tereza por você e de outras duas ou três garotas nessa sala... inclusive a Sara e eu...

Todos riram, inclusive Rupert.

- Mas eu percebo agora que você já gostava dela há tanto tempo e ela preencheu seu coração de um jeito que... ninguém podia entrar. A gente está te apoiando nessa.

Ela voltou a se sentar. Rupert olhou para Túlio que se sentou no lugar dele e disse:

- Ninguém tem aula de nenhum professor aqui hoje, Rupert, até saber a decisão do reitor sobre o seu caso.

Rupert enxugou o rosto e olhou para todos os amigos da sala e inicialmente não soube o que dizer. Mas respirou fundo, sorriu emocionado e disse:

- Sempre tive... uma leve impressão de que... ninguém regulava muito bem aqui... Está confirmado hoje. Os únicos que tem um pouco de bom senso foram os dois ou três que não apoiaram vocês.

Muitos riram, mas a maioria das meninas chorava.

- Muito... obrigado por isso, por mim e pela Laura. Ela beijaria cada um de vocês se estivesse aqui. Mas ninguém precisa sacrificar nada por nós. Eu e a Laura... estamos pra ganhar o maior prêmio das nossas vidas. Nosso bebê... Qualquer sacrifício feito vai valer a pena... quando ele nascer. Mesmo assim, agradeço em nome dela e dele também. Valeram os três anos e meio que eu estudei com vocês até aqui. Vocês são demais.

Abriram a porta e Carla entrou por ela.

- Interrompo alguma coisa, crianças? A porta estava fechada...

Ninguém falou nada.

- Rupert, o bedel me pediu pra reforçar o chamado do reitor. Ele quer te ver na sala dele.

- Eu já estava indo, Carla. Obrigado.

Ele olhou mais uma vez para os colegas e ia saindo da sala quando Carla segurou seu braço, ele esperou e ela disse:

- Parabéns...

Rupert entendeu o cumprimento, sorriu e saiu da sala. Carla estranhou todos os alunos muito quietos.

- O que aconteceu, gente? Eu marquei prova pra hoje e me esqueci?

Todos cruzaram os braços e continuaram em silêncio. Apenas Túlio se manifestou.

- No English today, teacher. We are on strike.

Ela ergueu as sobrancelhas e foi sentar-se à mesa, intrigada.

- May I know why?

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Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 2

Velucy
Enviado por Velucy em 13/11/2017
Reeditado em 13/11/2017
Código do texto: T6170810
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