TEACHER III - VIAGEM A BARRETOS - CAP. 5

VIAGEM A BARRETOS – Capítulo 5

Vieram as férias de julho e o reitor promoveu uma viagem prêmio a todos os professores da Universidade a sua fazenda em Barretos. Laura não teve como recusar e num restaurante afastado contou sua decisão a Rupert.

- Eu tive que aceitar o convite, amor. Não tenho parentes aqui e nenhuma desculpa pra ter que viajar sozinha. O propósito dele foi justamente me distrair um pouco. O Dário está sabendo de tudo.

- De tudo o quê?

- Que eu me envolvi com você e tudo acabou. O Gerson teve que contar pra ele. Fez o relatório completo de tudo que aconteceu enquanto ele esteve no Rio e isso tinha que estar incluso. Por isso, o reitor acha que eu ainda estou triste com tudo isso e magoada...

Rupert apoiou o rosto na mão e fechou os olhos.

- E o Matheus vai também?

Ela assentiu. Ele cruzou os braços sobre a mesa e emburrou, olhando pela janela.

- Você não confia em mim?

- Não confio nele.

- Eu me garanto. Isso não basta?

- Não sei… Não por você, Laura, mas ele não sabe que você é casada. Você não tem porque recusar as investidas dele, sem uma desculpa muito boa, melhor do que... “Desculpa, Matheus, mas eu não posso ter nada com você, ainda sou virgem.”

Ele imitou a voz de uma mulher dizendo a frase e Laura riu muito, colocando a mão sobre a dele. Rupert não riu.

- Não estou brincando, Laura. Parece que agora que a gente casou, eu tenho ainda mais ciúme daquele panaca. Dá licença?

Laura queria ficar séria, pois sabia que o desespero dele era legítimo, mas ainda riu do jeito que ele falava.

- Quando tempo? – ele perguntou.

- O quê?

- Esse passeio de oba oba docente? Quanto tempo você vai ficar lá?

- Vamos ficar... uma semana.

- Uma semana, Laura?!

- Mas eu posso inventar uma desculpa. Eu dou um jeito de voltar antes, pode deixar.

- Nós vamos fazer um mês de casados na segunda-feira que vem! Não vai dar nem pra gente se ver, droga!

- Agora sou eu que pergunto: está arrependido? A ideia foi sua.

- Não brinca com isso, Laura. Eu amo você!

- Então tenha paciência, meu amor.

Rupert segurou a mão dela sobre a mesa e respirou fundo e concordou.

- Tudo bem.

- Quer que eu te leve até em casa?

- Não. Eu vou de ônibus mesmo.

- Como vai seu pai?

- Bem, ele tem bebido menos depois do acidente. Queria tanto te apresentar pra ele...

- Você ainda não contou pra ele?

- Não, não convém arriscar. A Tereza de vez em quando vai lá em casa e ele pode soltar alguma coisa. Meu pai é muito distraído.

Laura esticou o braço e tirou a corrente que ele usava ainda dentro da camisa, olhando a aliança.

- Coloca ela no dedo, na próxima vez que a gente se ver? Vou por a minha.

- Tudo bem.

- Preciso ir. Vou morrer de saudade.

Eles saíram da mesa e foram abraçados até o carro dela. Abraçaram-se mais uma vez, trocaram um beijo longo e apaixonado e ela se foi.

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Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 5