O PIANISTA

Capítulo III – A jovem mãe Leocádia;

Quanto ao paradeiro narrativo sobre a mãe do recém-nascido Alfred, deixemos de lado por enquanto a herança do piano, deixada pela avó Lurdes Hermann ao seu neto Alfred no capítulo anterior, e vamos desvendar um pouco os mistérios da família de Leocádia.

Uma jovem mãe de estatura média; pele branca (que criava um contraste de tonalidade à pele parda de Armênio, mas que de fato, isso pouco tinha relevância, exceto para aqueles admiradores da diversidade de cores nos quadros Monet); cabelos castanhos um pouco curtos rente ao pescoço; olhos da cor de um céu estrelado.

Primeiramente, Leocádia não era somente Leocádia. Não se embaralhe leitor na confusão oratória. Ela se chamava Leocádia Fellini Alves; também descendente de italianos pelo sobrenome Fellini de origem paterna – não sei se da família dos Fellini, do diretor Federico Fellini -, no qual a Itália morava em ambas as linhagens familiares de Alfred. Além do último nome Alves de origem materna, que não sabíamos se Leocádia era descendente dos Álvares de Portugal, ou da linhagem mais próxima da família do poeta Castro Alves. Quiçá nem uma das duas.

Sabemos, ou alguns leitores agora passaram a ter conhecimento, que Alves é o patronímico de Álvares, sendo este o seu derivado.

Na madrugada de 22 de setembro, às 1:17 de 1964, a jovem Leocádia Fellini Alves, concedera a luz uma criança que viera ao mundo com 7 meses, antes do tempo. Porém, com muita saúde e um peso adequado ao seu mês.

- Seja bem-vindo ao mundo Alfred Botticelli Alves!!!

Dissera friamente e com entusiasmo no coração, o pai Armênio Hermann Botticelli.

- Seja bem-vindo meu querido e pequeno Alfred!!

Dissera cansada, a jovem mãe Leocádia, mas ainda com o rosto irradiado de alegria, principalmente no canto da boca, por seu filho ter vindo ao mundo.

(Carlos André)