As Cadelas da SS . 11

Olho para cada uma de minhas amigas e me calo profundamente . E,

algum tempo depois, sentimos solavancos e mais solavancos . E isso leva uns

10 minutos e depois para. A porta se abre e vejo soldados Russos nos esperando.

Não estão com cara de amigos.

- Sigam-me ! - gritou um sargento fazendo sinal para seguí-lo - de olho nelas !

E o seguimos quase correndo pois, nos empurram com os fuzíis . E entramos

em um galpão todo sujo. Cheio de teias de aranha. Suas paredes estão bem da

nificadas por bombas e os buracos são fechados com arame farpado. Somos

encostadas no fundo e um oficial chega com um pelotão e grita :

- Quero respostas objetivas e não perdoarei se pensarem duas vezes !

Chega um coronel e fica nos olhando firmemente. Segura Manuela e pergunta:

- Tem alguma filha de militar aqui ?

- Sim ! - disse ela prontamente - sobrinha de um coronel de presídio !

- E quem é ? - perguntou ele olhando-a dentro dos olhos .

- Aquela ali ! - disse ela me apontando - me perdoe , Nina !

Sorrio compreendendo e abaixo a cabeça, enquanto dois soldados me seguram.

- Mais alguém ? - perguntou ele puxando os cabelos dela .

Manuela sente muita dor e mais ele puxa para baixo e ela se curva.

- Pare , por favor ! - disse ela começando a chorar - está doendo muito !

Ele desfere um chute na barriga dela e Volva salta sobre ele com toda ira mas,

antes que o segure, recebe dois tiros de pistola no peito e um na cabeça caindo

sem vida . Começamos a chorar e os soldados se preparam para descarregarem

suas armas em todas nós . Somos jogadas contra a parede e vejo o coronel estou

rar a cabeça de Manuela com um tiro de pistola .

- Matarei uma-a-uma se continuarem chorando ou reagirem !

Fico apavorada com o ocorrido e cubro minha boca com as mãos para não cho

dar pois, o coronel continua gritando :

- Caladas todas ! Caladas ! Ou atiro em todas !

Engolimos o choro e o coronel nos olha uma-a-uma com olhar furioso. Olho para

os dois corpos inertes no chão e vejo o coronel olhar para mim e fazer sinal para

que eu me aproxime. O que faço receosa. Estou com medo e ao mesmo tempo

estou querendo aceitar qualquer destino que me darem.

- Mais rápido ! - gritou ele se enfurecendo - quero que seja ágil !

Me coloco diante dele que me segura pelos cabelos e puxa para ele. Sinto muita

dor mas guardo comigo ! Sei que as coisas não estão bem . Sei o que pode me

aguardar. Por isso fico séria e ciente do que pode me acontecer. Quase soluço.

- Pode me falar sobre você ?

- Sou órfã desde 1937 e meu tio fugiu da Alemanha e parece que auxilia os Ameri

canos com informações .

- E essas marcas que você possui ? - perguntou ele descobrindo meus seios - o

quê elas significam ?

- Fui prisioneira de meu próprio tio e ele fez isso !

- Aqui tem mais duas ! - disse um homem em alemão precário .

Vejo Erna e Marina quase sendo arrastadas para junto do coronel .

- E vocês duas ? - perguntou o coronel me deixando de lado mas, na mira de dois

soldados - também foram prisioneiras desse coronel ?

- Sim ! - disse Erna meio assustada - nós três somos amigas de longa data e ele

era um sádico !

- Quando não gostava de alguém ,...fazia isso para marcar a presença dele ! - disse

Marija mais relaxada. Demonstra muita calma - não temos muitas informações

para dar. Éramos apenas recrutadas e mais nada !

- Só quem pode falar se não há mais nada sou eu ! - disse ele dando um tapa no

rosto dela com tamanha força que ela é jogada para trás nos braços de um sol

dado - fiquem aqui que daremos algo para comerem ....vadias nazistas !

Sou empurrada para junto das outras enquanto Völva e Manuela são arrastadas

para fora dali. E nos trancam nos deixando aos prantos.

- minhas duas amigas ! - falo chorando no ombro de Erna - partiram desta vida !

- Talvez estão melhor que nós ! - disse Marija aos soluços - não sabemos o que

vai nos acontecer !

Choro abraçada com Erna e Gerda Maria abraça Marija .