Apenas Uma Garota - Capítulo 4

Depois de rever suas atitudes, Rômulo tomou uma decisão.

- Mãe, chegamos – disse Rômulo.

- Chegamos? O que está acontecendo aqui? Que malas são essas? – questionou.

- A Jéssica e a dona Elena vão passar uns tempos aqui com a gente mãe. Como a senhora sabe, a minha namorada está grávida e elas não têm pra onde ir. Não custar nada ajudar, e além disso eu sou o pai dessa criança.

- Não, nem pensar. Elas não podem ficar aqui. Mal temos espaço pra nos mesmos. Aqui não da.

- Mãe isso não é um pedido, é um comunicado – respondeu Rômulo.

- Olha gente se eu for dar trabalho é melhor eu ir embora, vou atrás de outro lugar sei la – rebateu Jéssica.

Jéssica e a mãe estavam de pé olhando uma para a outra sem saber o que fazer.

Rômulo tentava ajudar, mas sua mãe era uma megera que estava disposta a fazer de tudo para atrapalhar o casal.

- Você já atrapalhou menina. Desde quando engravidou do meu filho. Um rapaz cheio de vida, cheio de juventude. Isso só pode ser golpe. Arrumou uma criança para segurar o meu filho e...

- Cala a boca mãe! Chega! – gritou Rômulo.

Todos ficaram em silêncio.

- Não vamos incomodar mais não dona Fátima. A pior coisa do mundo é dividir o mesmo espaço com uma pessoa igual a você. Eu e a Jéssica vamos procurar um lugar para ficar.

- Não dona Elena, isso é um absurdo.

- Nós vamos ficar bem – completou Elena.

Jéssica e Elena pegaram seus pertences e saíram daquela casa. Estavam perambulando pelas ruas da cidade. Jéssica andava com dificuldade, pois a barriga já começava a pesar.

As duas fizeram uma parada para o café em uma padaria.

- Nós vamos voltar para a casa do seu pai filha – disse Elena.

- Não. Pra lá não. O pai já me colocou pra fora, me disse coisas horríveis, não podemos voltar.

- Pelo amor de Deus, Jéssica não temos lugar para ficar. O dinheiro que eu tenho aqui mal da pra pagar uma semana em uma modesta pensão. Você quer o que? Ter esse filho na rua?

- Deve ter outro jeito.

- Não. Não tem outro jeito. Nós vamos voltar para a casa. Aquela casa também é minha. E eu não vou abaixar a cabeça para o Ancelmo. Vamos – ordenou Elena.

E lá se foram para a casa.

- Ah não, o que vocês querem? Eu não fui claro ao dizer que não queria vocês aqui nunca mais? – disse Ancelmo em tom de arrogância.

- Nós voltamos e vamos ficar. Essa casa também é minha.

-Aqui vocês não ficam.

- Quem vai me tirar? Você? – ironizou Elena.

- Tudo bem. Fiquem ai que eu vou pra casa da minha mãe. Eu não vou aguentar dividir com o teto com essa...

- Escuta aqui pai. Eu sei que tudo isso é culpa minha. Não precisa ficar me lembrando não.

Ancelmo tomou as suas coisas e antes de sair ficou olhando para Elena.

- O que foi? Está parada ai por quê? – interrogou Elena.

- Estou pensando se você vai ter mesmo coragem de me deixar sair por aquela porta.

- Você só pode estar de brincadeira. Você quer que eu faça o que Ancelmo, fala? Quer que eu me ajoelhe, que eu beije seus pés, que eu implore pra você ficar? Francamente.

- Eu esperava mais de você Elena.

- Espera mais de mim? Ultimamente você tem se comportado como um adolescente Ancelmo, uma criança mimada. Você não vê os problemas que acontecem debaixo do seu nariz, e quando vê tenta disfarçar com seu egoísmo e sua arrogância.

- Se é isso que você acha.

- Eu não acho não. Tenho certeza. Você pode sair, ir pra casa da sua querida mãe ou pra qualquer lugar que seja. O que importa pra mim agora é a minha filha e o meu neto.

Ancelmo saiu sem dizer nada.

Luccas Nascimentto
Enviado por Luccas Nascimentto em 03/02/2017
Código do texto: T5901283
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