Flores de Verão

14º Capitulo

Depois de minha tentativa de suicídio, fui parar no hospital com todos me olhando como se eu tivesse alguma doença contagiosa. Meu silencio respondia todas as perguntas que minha mãe fazia, Nath cochichava com minha mãe que eu havia ficado louca. Eu queria ver a Rose, mas elas não me deixavam, dizia que eu precisava me cuidar, quando recebi alta achava que iria para casa, mas as duas pessoas que eu mais confiava me levou para uma clinica para doentes mentais, me entregaram para médicos e enfermeiros e por mais que eu lutasse, gritasse só ficava mais evidente que estava louca.

Ouvir meu nome ser chamado Emma Madson Strait, por favor, se dirija para o bloco C, lá eu enfrentei uma pequena fila na qual eles entregavam as roupas que devíamos usar e os remédios, enquanto recebiam todos os objetos cortantes, relógio, a Aliança do meu casamento e o cordão que Evan havia me dado. Passei dias de extrema ansiedade, brigas com outros pacientes, ouvia o choro da minha Rose, o que eu dizia que era saudade todos chamava de loucura, todas as tardes havia encontros com o psicólogo era altamente tedioso mas era o certo para não ser considerada uma ameaça para minha filha.

Chegava o dia de visitas, dia das mães, natal, ano novo e ninguém aparecia. Eu precisava apenas de um abraço e alguém que disse-se que tudo vai ficar bem. Todas as vez que eu me sentia só tinha crises. Os enfermeiros me prendiam na cama e injetavam tranquilizantes após isso adormecia e sonhava com Matt esses eram os poucos momentos de paz.

Era como se ele nunca tivesse morrido, era o dia em que eu acordei sem memória, o dia em que o conheci. Ela dizia

Nunca esqueça quem você é, as pessoas que conquistou a história que construiu, eu serei sempre parte de você, como a Rose, o Evan, sua mãe. Você não tem culpa por eu ter morrido, por que enquanto eu vivi você me fez a pessoa mais feliz do mundo.

- A culpa é da Nath e da minha mãe, elas me traíram.

- Não, meu amor, elas acham que isso tudo é pro seu bem. Mas você tem que se ajudar, começando em tomando as pílulas diárias, desabafando com o médico, toda sua dor. Guardar sua magoa do Evan, o luto pelo seu pai, teus traumas de adolescência, tudo isso te fez mal.

Ele me abraçou, beijou minha testa e cantava Your Song de Elton John

- Expresso que você não se importe que eu diga o quão maravilhosa é a vida

Ai eu acordei com um dos pacientes tendo um ataque. A partir de aquele dia seguir os conselhos dele, melhorei meu comportamento e compartilhar minha história com os outros me fez bem. Entrei na oficina de artes algo que fez bem para mim e me fez ajudar os outros.

Chegou o dia de visitas eu não esperava mais por alguém, pintava um quadro em uma das salas, enquanto ao fundo ouvia uma voz conhecida era o Evan, ouvir o meu nome nunca havia me deixado tão feliz, olhei para ele e estava do mesmo jeito, olhar confiante, sorriso que estampava otimismo e o coração cheio de amor. Ele me perguntou como eu estava e eu sentia vergonha do que fiz e do que me tornei, apenas chorei e escondi o rosto. Ele me segurou contra seus braços e disse que queria ter ficado do meu lado após a morte de Matt, mas que também vacilou por achar que era o momento errado.

- Talvez tivesse sido diferente, mas não adianta arrumar um culpado, só fazer o certo daqui por diante.

Ele se aproxima do meu rosto, enroscando nossos narizes um no outros, conseguia sentir a respiração dele, ele tocava meu rosto enquanto eu fechava os olhos, quando eu retornei a abri-los, ele estava emocionado encostamos nossos lábios, minha pulsação aumentava, o coração disparava a respiração acelerava o quanto o beijo ficava demorado e pela primeira vez tive a certeza de que o mesmo ele sentia.

Em todas as visitas ele vinha, trazia consigo a comida que eu mais gostava um violão na qual ele cantava para mim e todos os presentes naquela clinica como sempre com sua alegria fazia qualquer lugar ficar melhor. No dia do meu aniversario de 26 anos ele veio com meus amigos de Phoenix. Todos falavam que não tinham permição de me visitar, trouxeram com eles vários presentes, novidades como a Leona tinha encontrado uma pessoa para amar, que a Asheley tinha voltado a estudar e que trabalhava na floricultura desde que eu tinha abandonado tudo, Jude estava prestes a casar com o cara que conheceu em um bar.

Minha mãe e Nath nunca foram até a clinica, eu sai no dia 04 de Julho de 2012 sem saber para onde ir, qual era o meu lar. Evan me olhava enquanto dirigia e notou minha decepção.

- Emma aposto que você está pensando na Rose, por que não vamos vê-la?!

- Ela nem sabe quem sou eu, não vai me reconhecer.

- Claro que vai, é impossível não amar você.

Viih Kelly
Enviado por Viih Kelly em 09/07/2016
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