Flores de Verão

13º Capitulo

Aprendi com minha mãe que às vezes é preciso mentir para proteger quem amamos. Depois da festa eu e Matt pegamos um carro direto pro Aeroporto e depois pegamos um avião em direção á Londres. O local fez Matt parecer ainda mais um Inglês com sotaque carregado e sobreposições para aquecer do frio Europeu. Passeamos naqueles ônibus tradicionais, visitamos o museu britânico, Mosteiro de Westminster, o London Eye.

Saímos para jantar, tiramos varias selfies, cantamos em bares, ficamos bêbados, fomos a jogos de futebol, pulamos pelados em uma piscina para pagar uma aposta, transamos dentro do carro, no banho, elevador. Isso tudo foi divertido.

Voltamos para nossa realidade, casa, família e trabalho. Nathally descobre que está grávida e quase ao mesmo tempo eu também descubro que também espero um Bebê, tudo começou com os enjoous matinais, o sono excessivo, a menstruação atrasada, fiz o teste e naqueles segundos de espera do resultado, rezei para que desse negativo, olhei para o aparelho (Positivo) fiquei apavorada, ter um filho naquele momento não estava nos planos. Fiz o exame de sangue e confirmou, disse pro Matt e ele como era de se esperado, ficou maravilhado e também surpreso. Mas nunca o vi tão feliz. E nossas preocupações se voltavam se o quarto vai ser rosa ou azul.

Mamãe me questionou se haveria possibilidade do bebê ser do Evan e eu realmente fiquei confusa entre as datas, mas falei com a certeza de que era do Matt. Por que era impossível que apenas uma noite, um erro pudesse definir o resto da vida dela.

Os meses foram se passando e 2012 se fez presente, com quatro meses de gravidez descobrir que a bebê ia ser uma menina preparei todo o enxoval para a chegada dela, laços, sapatinhos, meias, macacãozinho, vestidos tudo tão pequeno. Rose era o nome que escolhemos para a pequena. Entretanto Nath e Adam era a prova de pais confusos de primeira viagem eles discordavam em tudo na cor do quarto, no nome do bebe até no sexo da criança. Nath queria uma menina até comentava que nossas filhas iriam ser melhores amigas e Adam queria um menino já comprava até a camisa dos jogadores de basquete. E acabou que o Adam tinha razão era um menino que iria se chamar Alex.

O tempo passou e chegou a hora do parto, tanto para mim quanto para Nath. A maternidade lotou de gente maridos preocupados, mães pacientes e nós duas fomos levadas para o quarto, onde ficamos ao lado da outra segurando nossas mãos e gritando pelas contrações. Levaram-nos para sala de parto e parecia tão simples nos livros e filmes, mas ter um filho era dolorido e nada agradável. Os médicos nos preparam para o momento anestesias, soros, bombas de oxigênio, tesouras e quanto mais eu observava o ambiente com mais medo eu ficava e parecia que ia ser bem pior do que eu imaginava. Na hora do parto o Matt estava do meu lado segurando a minha mão mesmo que eu não sentisse nada em meu corpo efeitos da anestesia, quando eu abri os olhos a Rose havia nascido o choro dela invadiu o local, e eu me sentir tão feliz, orgulhosa e completa, no momento em que Matt a trouxe até mim, eu sentir o amor em meus braços, ela era linda e todo aquele sentimento descrito nos livros era real.

Como está a Nathally?

- Está ótima, o filho dela é um menino forte.

Com o passar dos meses a Rose ficava cada vez mais dependente de mim e isso exigia demais a minha atenção, eu sempre vivia cansada, estressada até mesmo pro Matt, havia semanas que não fazíamos amor para evitar barulho e não acordar a Rose. Uma rotina de choro, mamadeiras de leite, dar de mama, fraudas, banho e canções de ninar e entre uma overdose de Dora Aventureira e de Barney eis que surge Evan Holden no programa da Oprah Winfrey em uma entrevista na qual ele fala sobre a carreira, o sucesso e mulheres. Quando o assunto era relacionamento.

Oprah: tem algum romance a vista?

Evan: Segredo, mas quem sabe futuramente, tenho planos de encontrar a mulher da .minha vida.

O programa abriu um concurso para a nova namorada de Evan Holden e varias garotas se inscreviam, mulheres de todas idades e estilos. Ele se exibia em festas e era noticia sobre seus casos todos os dias nas revistas de fofoca.

Meu coração despedaçou em mil pedaços é como se a nossa história não significasse nada, Eu não fui à mulher da vida dele enquanto ele continua sendo o homem da minha vida.

Depois daquelas noticias comecei a dar mais valor ao Matt ao seu esforço para sempre me agradar e está presente no desenvolvimento da Rose e intervindo nos problemas dos meus amigos e da minha mãe, buscando as melhores saídas. Ele tinha apenas um defeito acreditava quando eu o dizia que o amava.

Para melhorar nossa condição de vida ele encarou trabalhar três dias por semana em Miami e ele estava cada vez mais esgotado. Uma noite chuvosa, com tempestades e raios ligaram para ele de Miami exigindo que ele viajasse com urgência, pois um de seus pacientes tinha piorado de situação. Ele se despediu da Rose que dormia no berço ao lado e eu o acompanhei até a porta dando-lhe um beijo eterno. Aquela foi à última vez que eu o vi. Duas horas depois recebo uma ligação de um policial me informando de um acidente fatal envolvendo o Matt. Naquela hora me sentir sozinha e completamente perdida, deixei a Rose com a Nath e fui ao reconhecimento do corpo, era ele eu não podia ter dúvidas mesmo tentando negar para me mesma o fato, lá estava ele naquele necrotério frio e sem ar, o sorriso lindo que ele tinha se desfez, o rosto corado ficou pálido e todo seu corpo machucado.

No outro dia aconteceu o velório e enterro, amigos, companheiros de trabalho todos sentindo muito pela minha dor e eu só conseguia pensar na Rose crescer sem ao menos conhecer o pai em vida. Meu coração tinha virado pó com tanta tristeza que, Eu lamentei, chorei e não guardei nenhuma lagrima, cair de joelhos sobre o chão quando seu caixão foi-se declinando sobre o subsolo. Todos jogaram seus cravos vermelhos e eu por último joguei a rosa cor de champanhe que escolhi para simbolizar nossa união. Tão nobre como um dia ele foi.

Após a saída do cemitério a senhora Mary Strait mãe de Matt me convidou para um café.

- Emma, meu filho a amava muito

- Eu também amei muito o Matt

- Não precisa fingir diferente do Matt eu não acredito em unicórnios, papai Noel e coelho da páscoa e muito menos em cegonha.

- O que a senhora quer dizer com isso?

- O Matt não podia ter filhos, ele era estéril, então concluísse que a Rose é fruto de sua infidelidade.

Eu comecei a entender o porquê dele ter ficado tão surpreso quando eu o contei da gravidez.

- Mas ele a amava tanto que aceitou e assumiu a bebê como se fosse realmente dele, meu filho era um homem muito bom, mas também muito ingênuo.

- Por que o Matt não me contou nada disso?

- Por que ele temia que você o abandonasse e ainda mais depois que a bebê nasceu ele sentiu-se responsáveis por vocês duas. Ele dizia “Mãe, a Emma me deu o maior e melhor presente desse mundo, a Rose e mesmo que não tenha meu sangue ela já tem o meu amor”.

- Só te falei isso, pois eu não concordava com o pensamento do meu filho e ainda não concordo o que isso implica que não aceito e nem considero você e a Rose como membros de minha família.

Eu já minha sentia mal e depois dessa me sentir culpada, por ter feito o Matt de bobo, por ter traído, mentido. Chorei por vários dias, passei noites em claro me remexendo sobre a cama e conseguia dormir sentido o cheiro que ele deixará nas roupas. Não conseguia cuidar da Rose que ficou com minha mãe e muito menos de mim, passei vários dias sem tomar banho, comer, a casa tava uma bagunça como toda a minha vida, não tinha mais sentido.

Fui para o banheiro e encontrei uma caixa cheia de aspiras e outros remédios, peguei todos em minhas mãos e os engoli sem exitar.

Viih Kelly
Enviado por Viih Kelly em 08/07/2016
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