UMA LOURA À JANELA - 33

CAPÍTULO QUINZE

O MISTÉRIO É DESVENDADO

James Todd pôs-se em ação. Rolou na cama e, ao cair no chão, procurou reduzir o impacto da queda com o braço parcialmente livre. Gastou preciosos momentos para retirar um fósforo da caixa que o mascarado abandonara. Depois, riscou-o e aproximou a chama do maço de cigarros vazio.

Com a chama formada, procurou queimar a corda que o prendia.

Enquanto isso, ouviam-se vozes vindas do andar de baixo.

Por fim, a corda que prendia o detetive partiu-se.

James tinha as duas mãos livres e acabava de soltar as cordas que lhe prendiam os pés, quando o assassino começou a subir as escadas.

– Que sujeito mais estúpido! – Resmungava o assassino, visivelmente contrariado. – Não adiantou lhe dizer que não sou Sam O’Shea! Deve ser um retardado!

Sempre resmungando, o homem entrou no quarto onde James estava.

O detetive arranjou rapidamente as cordas, para parecer que ainda estava amarrado e o assassino não suspeitar de nada.

– Entregou-me um telegrama endereçado a Sam O’Shea – continuou resmungando o assassino.

James encheu-se de esperança. Sam O’Shea era o nome do seu detetive. Isso significava que Tommy Logan estivera ali. O socorro não estava longe. Só tinha de ganhar tempo.

– Sam O’Shea! Eu poderia jurar que já ouvi... – O assassino não completou a frase. Começou a farejar o ar. – Corda queimada!

O bandido correu o assoalho com a vista e compreendeu imediatamente o estratagema de James. Levou a mão ao bolso para sacar a arma.

James jogou os seus oitenta quilos de peso contra o assassino, justamente quando a arma disparava. Depois, segurou a mão que segurava o revólver.

Praguejando, o assassino endireitou-se e tentou pôr novamente em ação a pesada arma.

James levou uma tremenda joelhada na boca do estômago e teve de lutar para vencer a onda de náuseas que o envolveu. A seguir, deu tudo o que tinha num golpe de jiu-jitsu. Nesse instante, a arma detonava mais uma vez.

O assassino tossiu penosamente, e o sangue manchou sua máscara negra. O homem cambaleou e caiu pesadamente no meio do quarto.

James encostou-se à cama, olhou para o adversário e viu que a luta tinha acabado. O sangue esguichava de um grande buraco na garganta do assassino. A bala cortara-lhe a veia jugular e quase abrira sua garganta de lado a lado.

Ainda meio atordoado, James lembrou-se de que Mary Brown ainda estava amarrada no quarto ao lado. Quando pensou em ir até lá, escutou passos apressados no vestíbulo e a seguir nas escadas. Logo em seguida, o tenente O’Connor, três policiais e Tommy Logan surgiram na porta.

– Que o diabo me leve, se não esbarro com um morto, mesmo quando venho com um grupo de resgate! – Exclamou o tenente. – Quem é o sujeito, James?

continua na próxima semana

R F Lucchetti
Enviado por R F Lucchetti em 01/07/2016
Código do texto: T5684433
Classificação de conteúdo: seguro