MORREMOS NÓS

Passaram-se vinte dias daquela triste despedida... e eu sigo nos meus conflitos, na incessante busca por explicações. Ele está em tudo: nos lugares aonde vou, nos amigos que encontro pela rua, nas canções que ouço, no que escrevo, em tudo o que eu vivo.

O pensamento nele é uma ideia fixa, não consigo fugir disso, por mais que eu tente encontrar distração. A cada fala minha eu me lembro de algo dito por ele, evocando seu nome, de maneira insistente.

Às vezes eu me perco nessa falta... e penso nele como se ainda estivesse aqui, como se eu ainda pudesse alimentar a esperança de ficarmos juntos outra vez. E me pego vivendo a desilusão amorosa, mas como se ele estivesse por aí, quem sabe com outra, refazendo sua vida... e me dou conta de que não devo mais ter essa preocupação, como tantas vezes tive.

Antes a minha dor era por pensar que talvez a minha decisão não tenha sido a mais acertada e que minhas atitudes não tivessem sido as mais adequadas diante da história que vivemos por tantos anos... talvez eu tenha feito tudo errado, nunca vou saber ao certo. Dias atrás eu chorava a minha solidão lamentando o fato de ele estar longe, vivendo sem mim, como se isso não fizesse nenhuma diferença em sua vida. E agora eu choro porque... nem isso... acabou!

E é como se essa tristeza fosse uma velha conhecida, com lugar reservado, onde pode se alojar e permanecer o tempo que quiser. Profunda tristeza, que me faz perdida, sem perspectiva, em total desânimo com relação a novas possibilidades de ser feliz.

Sigo pensando nele como se ainda fosse voltar.

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 06/07/2017
Reeditado em 06/07/2017
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