O NINHO VAZIO

Temos tempo... e agora?

Casamos, temos filhos, casa, marido, carreira profissional ou simplesmente dona de casa.

Começa o corre-corre pela vida, dia após dia, só pensamos em nossos deveres e obrigações.

Os anos passam os filhos crescem e começam a própria vida independente.

Ficamos triste, choramos, sorrimos, torcemos pela vitória deles.

Agora temos todo o tempo do mundo.

Mas, falta alguma coisa. Um vazio toma conta de nós.

Os especialistas chamam de Síndrome do ninho vazio.

Então me pergunto: durante todo este tempo o que fizemos por nós?

Quantas vezes deixamos de comer aquele bombom delicioso e deixamos para os filhos ou marido?

Será esta insatisfação interior a falta dos filhos ou a falta de objetivos em nossa vida?

Precisamos reavaliar e aprender a nos conhecermos.

Vamos lá?

Comecei fazendo coisas bobas e femininas, porém todas úteis que preencheu meu dia a dia e oportunizou em fazer novas amizades (pintura em tecido, bordado à máquina, crochê, tricô, costurar).

Fui aprender inglês e jogar jogos difíceis no computador (ajuda na conservação da memória).

Fui aprender dança de salão e dança circular (atividade física com fundo musical ajuda na autoestima).

Fui observar a natureza caminhando pela minha rua.

Agora tenho tempo de enxergar as casas bonitas, os jardins bem cuidados, uma planta ou flor diferente.

Ouvir o canto dos pássaros principalmente do bem ti vi que amo de paixão.

Conhecer um pé de jabuticaba e me encantar com o fruto saindo do seu tronco (nunca tinha visto)

Comer uma amora do pé, cujo galho teima em sair prá calçada daquela casa que não conhecemos seus donos.

Saborear frutas que conheci na minha infância (rolete de cana de açúcar, fruta pão; ainda falta o jambo) e ter tempo de conhecer outras novas (seriguela, sapoti, araçá).

Comer um pastel bem grande com caldo de cana dentro do carro e sujá-lo (mesmo sabendo que depois tenho de limpar)

Ver um muro grande, fechar os olhos e passar a mão na parede, enquanto caminhamos, como fazíamos quando criança (não esqueça de sorrir interiormente).

Agora plantei e estou observando um pé de amendoim.

Sempre conheci amendoim, com casca, com pele, sem pele, torrado, cru. Mas nunca tinha visto um pé e nem como ele germina e cresce.

Estou radiante.

Já conheci suas folhas e observei que seus grãos ou frutos nascem debaixo da terra.

É a força da natureza ajudando minha existência atual.

Pode parecer bobagem.

Como tenho tempo aproveito prá coisas (in) úteis e que deixei passar por falta de tempo.

Vamos reaprende

Sonia Maria Barbosa Peter.
Enviado por CYNDYQUADROS em 07/05/2017
Reeditado em 07/05/2017
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