Garantir e respeitar o direito as diferenças!

O mundo moderno é palco de problemas étnicos, raciais, de gênero e de aceitação do “diferente” em amplo sentido. O reconhecimento das diferenças sejam elas políticas, sociais, culturais ou de gênero, é um dos focos do Multiculturalismo, que vem contribuindo para uma melhor compreensão das relações humanas. As políticas multiculturais no Brasil surgiram durante o Governo Lula, no final do século XX, e ampliaram-se no início do século XXI, através da criação de diversas secretarias. As políticas multiculturais na América Latina têm sido insuficientes para dar conta de diminuir as desigualdades sociais ocasionadas pela exploração de vários povos, como os indígenas e os negros. Isso acontece porque na América Latina, a discriminação dirigida a negros, índios e tantas outras minorias étnicas, ocorre de forma velada, ou seja, de forma indireta e personalista, como se a questão fosse individual e não social. Ficando no nível pessoal, muitos governos não reconhecem esse problema, e, não o reconhecendo, não planejam e executam políticas públicas nesta direção. No mercado de trabalho e nas relações de consumo, essas diferenças tornam-se ainda mais gritantes. O mundo globalizado possui uma característica muito complexa: os choques culturais nascem, muitas vezes, de incertezas e estranhamentos, da ênfase colocada no indivíduo, em que o “outro” torna-se o nosso inimigo reconhecido. A partir da concepção de individualismo moderno, a impessoalidade transformou-se em indiferença, gerando infinitas contradições. A abordagem nesse sentido apresenta-nos a noção de que o “outro”, antes de ser uma ameaça, é alguém com quem podemos nos identificar, sem supervalorizar nossa individualidade e enxergar apenas o que é diferente. As relações com o que é diferente podem acontecer pelo reconhecimento e pelo respeito, pela prática da alteridade e valorização do ser humano como um todo. Para o profissional de Serviço Social deve ser muito prazeroso trabalhar com essa gama toda de diversidade cultural, aprende-se muito com os diferentes. Pois, a base para qualquer movimento cultural deverá ser sempre o bom senso e o respeito ao outro. Não concordar com os hábitos e costumes do outro não nos faz mais humanos e inteligentes. E o que não podemos mesmo é perder o respeito pelas diferenças, pelas varias culturas existentes em nossa sociedade, tão cheias de encantos e desencantos, por parte da falta de conhecimentos e tolerância com o outro. Cada povo tem a sua cultura, o seu modo de ser e ver a vida e exatamente isso que os faz tão ricos, pois contribuem para a cultura local. O maior objetivo do multiculturalismo e de garantir o direito a essas diferenças. Temos que saber lidar com todo o tipo de cultura existente e sempre olhar o outro com uma visão de relativização e não de etnocentrismo. O multiculturalismo hoje tem desenvolvido muitas sociedades baseando-se no respeito na justiça e na diferença que por muito tempo não foi aceita por muitas sociedades fechadas. É sim um caminho a ser explorado nesta luta de igualdade em meio às diferenças, além de desafiar os relacionamentos culturais proporciona uma nova idéia de interação entre todos. Essas secretarias foram criadas para promover a cidadania e diminuir as desigualdades sociais no Brasil, além de ser o alicerce na criação de políticas multiculturais. Lembrando que, essas secretarias permanecem até os dias atuais, promovendo suas ações durante os dois mandatos da presidente Dilma Rousseff. Isso não quer dizer que a discriminação por raça, gênero, religião, etnia e classe social tenha acabado no país, mas são políticas públicas importantes desenvolvidas através destes ministérios e secretarias, instrumentos eficazes na construção de uma sociedade brasileira mais justa e que respeite de fato a diversidade existente nesse imenso país, para que a nossa nova história seja construída com a efetiva participação de todos e de todas. O Brasil inicia sua trajetória no sistema de cotas adotando políticas afirmativas para dois grupos: deficientes e mulheres. Em relação aos deficientes, e foram estabelecidas cotas para que possam ingressar no serviço público através de concurso, e também programas exigindo que as empresas contratem um percentual de pessoas com deficiências no seu quadro funcional. Outro instrumento jurídico que reforça as políticas multiculturais no Brasil é o Estatuto da Igualdade Racial. Estamos caminhando para garantir os direitos às minorias diferentes.

Curso Antropologia Geral e o Debate Multicultural

Fátima Damiani
Enviado por Fátima Damiani em 17/11/2017
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