RESSIGNIFICAÇÃO

Aos cerca de 70 outonos, percebo que a estampa física começa a descolar-se do que se escreve, especialmente se a literatura produzida é ficcional, em nada atrelado ao mundo dos fatos e o seu realismo terra a terra. Se bem que cada um faz a sua própria e peculiar leitura. Mais ou menos assim: de cada um segundo o seu conhecimento e inventiva, a cada um segundo a versão tida e havida no coração e cabeça do eventual e inominado destinatário. Cada coisa tem o seu patamar máximo e mínimo. A palavra pode soldar-se à finitude física, nunca salvá-la. É uma questão de solvência. Será? Feliz de quem ainda pode morrer de cisma com aquilo que foi e o que se tem, fugindo à insolvência...

– Do livro A VERTENTE INSENSATA, 2017.

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