A URGÊNCIA CONTEMPORÂNEA

Agrada-me observar a receptividade para com os meus textos postados no Facebook e no Recanto das Letras – site para escritores, no qual está publicada toda a obra edita e inédita de meu estro. Nesta última hipótese, a do texto inédito, com a publicação no RL e o oferecimento, por parte deste, do link virtual específico, cria-se a antecipação da tutela do registro da criação literária, válido princípio de prova para fins de direito autoral em caso de eventual litígio. Há tantos escrevendo que não se os podemos contar sem risco de erro quanto à autoria, endereço e propósitos. Acresça-se a estes as ações deletérias de plagiadores profissionais e de hackers. Pois bem, estudemos a materialidade da Poesia no berço original em processo de descoberta do universo literário: sem a recepção pelo ato mais simples, raso e singelo – a leitura – o poema não nascerá, nem chorará como a criança que chega ao mundo dos fatos com vida. A maioria dos textículos de aura pensamental (lavrados dentro de um padrão limitado de 80 a 110 caracteres com espaços) destina-se a compor um novo livro em trôpega gestação: o nosso MODERNIDADE LÍQUIDA, iniciado em 2017. A mais franca e legítima antítese ao conceitual anterior, o da modernidade sólida, segundo os cânones conceituais do polonês Zygmunt Bauman, falecido aos 91 anos em 09 de janeiro do ano em curso. Todas as peças verbais têm formato breve e o espiritual contido, marcado pelo andamento rítmico da contemporaneidade, em que tudo é célere e celebrado contra o tempo de arremessos de longo alcance, partilhas ou longas gestações estéticas. Tudo é rápido, corrido. Contagens silábicas e rimações nem pensar... Vai em www.recantodasletras.com.br/autores/moncks e anota o que gostares. Podes copiar o que desejares. Assim como os bichos se criam soltos na natureza, palavras em estado selvagem também o são: livres ao vento dos itinerários e desfiladeiros. A precisão é a de reconhecê-las num universo único de globalizações inconsequentes que falam vários idiomas e não se entendem. Portanto, anota! O poema não é meu, sou apenas o portador da voz do Mistério e este é de ninguém. A urgência de mitos e poemas desconexos também não é minha...

– Do livro A VERTENTE INSENSATA, 2017.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/6085224