Onde encontramos Deus, afinal?

“Senhor meu Deus, Quando eu maravilhado,

Fico a pensar nas obras de Tuas mãos

O céu azul de estrelas pontilhado,

O Seu poder mostrando a criação.

Então minh'alma canta a Ti, Senhor.

Quão Grande és Tu.

Então minh' alma canta a Ti, Senhor.

Quão Grande és Tu”

-Padre Marcelo Rossi

Ao dia que se revela em tons discretos, a luz adentra vossa janela. Vossas pálpebras se abrem, e eis que ai está. Existes. De onde? Por quem? Em que exato momento e como, o gigante relógio do universo começara a girar o ponteiro? Seria obra do acaso? Ou seria sob as mãos de um relojoeiro que esta imensa máquina, e incontáveis séculos depois, tu, começassem a funcionar?

Reconhecei. Os rastros luminosos que atravessam a escuridão, depois a atmosfera, depois o teto de vossa casa, depois a carne de tuas pálpebras, é o sol que te acorda. O oxigênio que pelos ares circunda, pelas portas rebenta invisível e preenche qualquer espaço, é o mesmo que em todas as manhãs entre tuas narinas permeia para que vivas. Eis Deus, majestoso e arquiteto, com toda a perfeição calculada que o desperta, sendo o primeiro a dar-te bom dia. Na luz, no ar, nas plantas que arranham os vidros da casa, nos bichos que madrugadores trabalham na terra, na terra que fermenta as raízes, nas árvores que sobre as cabeças fazem sombra, na sombra que revela a presença da luz, na luz que permite os tons das peles, nas peles que mascaram a interna atividade orgânica, na atividade orgânica que comandada por um espírito, no espírito que princípio inteligente, é criação de Deus...

Reconhecei na amargura de vosso peito em desespero, em vosso choro sufocado em soluços, em vossa desesperança, nas fases de vossa vida, na simples e primitiva máxima que se principia em teu pensamento, quando quase sem saber se é ti quem pensa, ou outra alma irmã que pensa por ti, consentes... Tudo passa! E passam os sofrimentos que tu julgaste infinito... E continua a vida que tu julgaste efêmera.

Reconhecei na mão que não podes ver, mas que ao cair da noite toca na tua. Reconhecei naqueles que já romperam as portas dos céus, e curiosamente, ainda se fazem aqui em estranha presença. Na paz que inexplicável e repentinamente aparece num momento qualquer em seu trabalho, em seu andar, em seu refletir consigo mesmo. E seguido pela saudade, não permite a dor, mas as lembranças felizes e a sensação de que tudo está bem.

Eis a água que da torneira cai, a mente que acompanha os gestos, os gestos que expressam a mente, a boca que fala, a chuva que tirilinta no telhado, o vento que arrebata os fios de cabelos, os pelos que se eriçam frente ao medo, ao frio e à emoção. Eis a emoção que transcende em lágrimas, eis as lágrimas diante do canto, da voz que é força e sentimento, das telas e das mãos que pintam, das mãos que trabalham e fazem o pão, que curam os doentes, eis os doentes curando suas almas sob o amparo divino, eis o amparo, as consolações, eis as mãos em consolação que afagam, eis as mãos em reverência, para os céus, a rogar a quem?

Eis os céus como efeito de que causa? A única concepção é a de que fomos criados. Tudo o que sabes, é que existes. E tudo existe junto a ti. Deus é o sal na água do mar, que tu só conheces ao beber. É a montanha e os vales, a natureza, os campos, o céu, o infante que chora, as mãos que se cumprimentam, os vizinhos que varrem as calçadas uns dos outros sem nada em troca. Deus é o olho que vê, inconscientemente sua presença. Invisível? Certamente não... Visível a quaisquer olhos que querem ver... Desconhecidos, mas não ausentes, apenas no cego que é cego porque assim escolhe ser, aquele que não se permite enxergar.

*******RECOMENDO A VOCÊ, LEITOR, UM MOMENTO DE LUZ NA LEITURA DO POEMA "DEUS", DE EURÍPEDES BARSANULFO, OBRA INSPIRADORA DESTA HUMILDE MENSAGEM INCOMPARÁVEL À ELEVAÇÃO E SABEDORIA DE VERSOS QUE FALAM DIRETAMENTE À NOSSA ALMA. DEUS SE FAÇA SER VISTO AOS OLHOS DE TODOS NÓS! E QUE NOS PERMITAMOS RECONHECÊ-LO, ESTANDO EM TODAS AS COISAS. MUITA LUZ!!*********