NATAL É...AMOR SEM FRONTEIRAS

E aí?-como vai o seu amor?

Hoje, pensei em escrever algumas palavras sobre o Natal, algo que não fosse um “clichê vazio”, algo que , verdadeiramente, pudesse transmitir uma mensagem humanística e ecumênica, com o olhar focado a nós e ao mundo que nos cerca.

O meu título é emblemático, icônico.

Vivemos – e graças a Deus!-num país constitucionalmente laico e eu não conheço nenhuma fé que não seja embasada no “ amar ao próximo como a ti mesmo”.

No Brasil podemos exercer a teoria do amor em todas as plataformas religiosas, e tal, é uma benção.

Todos os caminhos são santos quando buscam a paz entre os Homens.

O olhar a si...para enxergar o outro...por quaisquer caminhos: é receita infalível de felicidade plural.

O amor não tem dono, não tem líder, não tem legenda, não tem cor, não tem raça, não tem gênero, não tem religião, não tem única geografia definida: o amor, um perene milagre de redenção humana , é auto sustentável pelos tempos sempre difíceis ao Homem, AMOR- a única linguagem de acolhimento universal que nos resgata das dores plantadas e suplantadas nessa nossa dimensão ininteligível e tão caótica.

Amor...é, por essência, o que nos salva de nós mesmos.

Eu poderia escrever um livro sobre a definição do amor e talvez não saísse do lugar prolixo sem dizer nada, todavia, já nos foi escrito, profetizado, poetizado e até cantado entre nós (quantos MONTE CASTELO!), que ainda “que falássemos a língua dos anjos, sem amor, nós nada seríamos!”(1.Coríntios 13).

Um ensinamento “full time”...ao Homem de todos os tempos.

E, afinal, que amor somos hoje em dia?

Num espírito ecumênico de NATALIDADE INFINITA E ATEMPORAL, gostaria de poetar que somos um ínfimo do mesmo NADA já cantado e hoje decantado, seres alheios ao verdadeiro exercício do AMOR , o que não tem dia, nem hora e nem lugar para acontecer.

O amor não se sujeita aos palanques, tampouco às propagandas narcisistas, porque amar é um ato silencioso e intimista, transcende inclusive as palavras ao vento, para se concretizar em atos simples de salvação coletiva e verdadeira.

Amor não tem preço porque já é tesouro inoxidável por essência.

E paradoxalmente...hoje somos seres enferrujados, andarilhos, reféns das nossas carcaças pelo planeta sofrido.

Vivemos num mundo em constantes GUERRAS, as VISÍVEIS E INVISÍVEIS, e a exemplo das imagens inacreditáveis que nos chegam de Aleppo, hoje, viajando pela facilidade tecnológica, a que nos coloca “on line" com os destroços do nosso desamor atual, concluo que as crianças das guerras são icônicas e estão por todos os cantos do mundo.

Allepo é só mais um exemplo da nossa triste surrealidade de “Homens humanos e mundanos”.

Nossa desumanidade sempre se supera pelos tempos!

As crianças de Aleppo estão inclusive pelas calçadas aqui de Sampa, sob nossas barbas, num exército invisível de vidas perdidas, local donde hoje se passa a impressão, sempre de vanguarda narcísica e patética, de que é digno dos "direitos humanos" ter a indignidade de se perder o futuro nas ruas em meio à deseducação, à prostituição e à drogadicção, todos marcadores sociais inegáveis da falência notória do exercício do amor, em prol do desamor ao próximo, o que nos permeia em cenas aterrorizantes de abandono pelas nossas cidades.

Não precisamos de holofotes para exercitar nosso NATAL DIÁRIO, o de estendermos nossas mãos sem fronteiras e sem flashs, aquele universo amoroso que existe dentro de cada um de nós, muitas vezes empedernido pelas convenções sociais e pelo egoísmo que permeiam a nossa histórica existência.

No exercício do amor pequenos gestos rendem grandes revoluções humanísticas...

Escutar, inclusive, salva vidas e destinos...

Tanto a guerra quanto a paz se iniciam dentro de cada um de nós e não é possível ser feliz, em nenhuma língua, quando sem a linguagem universal do amor, ignoramos o tudo que nos leva às nossas guerras pessoais juntamente às guerras universais dos nossos irmãos de caminhada holística.

Felicidade, mais que um bem individual, é um bem coletivo ao qual devemos buscar incansavelmente.

É isso.

No sincero desejo dum perene Feliz Natal a todos.

E que, pelo e para o amor, possamos- O MUNDO!- renascer das nossas perenes cinzas...