Semântica cognitiva

A Semântica Cognitiva trata da investigação dos aspectos gerais da linguagem humana com base nas relações entre a estrutura conceitual da língua e o processo de construção de sentido a partir do contexto e conhecimento de mundo do indivíduo analisado. Por esse fator, os estudos de Semântica Cognitiva devem ser realizados de forma que integrem as perspectivas psicológicas relacionadas à leitura de mundo do falante, qual está submetido a compreensões e organizações cognitivas diversas. O principal componente das estruturas linguísticas é o significado (sentido), e este entrelaça todos os aspectos da língua – morfológico, fonológico, sintático, entre outros. Deste modo, se faz necessário à área utilizar-se de diferentes metodologias para obter resultados adequados para cada aspecto do objeto investigado. Para tanto, sua análise deve abranger amplamente diferentes áreas do saber. As metodologias, comumente, são embasadas para atingir determinada multidisciplinaridade, não sendo efetuadas, em sua maioria, de forma isolada. Algumas delas são citadas por Lenz (2013): a introspecção linguística, a construção de corpora e os métodos experimentais e de simulação computacional; observando que cada uma desenvolve um funcionamento único e diferenciado, com finalidades também diferenciadas, onde a introspecção atua na extração e análise de dados retirados diretamente do corpus linguístico pessoal de cada falante. Nessa metodologia caracteriza-se a riqueza em conteúdo, podendo acessar além das estruturas linguísticas as intuições e sentimentos do indivíduo sobre essas estruturas e o funcionamento da língua como um todo. Outra maneira de realizar essa pesquisa é a construção de um banco de dados eletrônico composto por escritos ou gravações de fala para estudos posteriores. O propósito dessa metodologia é acrescer os processos descritivo e analítico-exploratório com os fenômenos linguísticos e a visão menos idiossincrática da linguagem. Nesse caso a dimensão de possibilidades não é total, portanto não se deve considerar inexistente ou inaceitável uma palavra ou estrutura sem ocorrências. E os métodos experimentais e de simulação computacional sugerem um preenchimento dos lapsos das metodologias anteriores, através do monitoramento das respostas de um indivíduo após tô-lo submetido a estímulos e/ou instruções, para assim, acessar seus processos cognitivos inconscientes. Essas metodologias têm sido analisadas sobre diferentes óticas, destacando-se o uso de corpora e as práticas experimentais nos estudos semântico-lexicais, podendo com isso identificar fenômenos linguísticos como a polissemia, a metáfora e a metonímia que agora podem ser amplamente averiguados e categorizados doravante seus vários sentidos e relações sistemáticas. As aplicações desses estudos têm se direcionado, exponencialmente, ao ensino/aprendizado de línguas estrangeiras e também a Lexicografia e a Terminologia têm ganhado cada vez mais com a contribuição da Semântica Cognitiva.

REFERÊNCIA

LENZ, Paula. Semântica cognitiva. In.:_________. FERRAREZI JR, Celso; BASSO, Renato (Org.). Semântica, semânticas. São Paulo: Contexto, 2013. p. 31-55.

Taíse Dourado
Enviado por Taíse Dourado em 09/08/2016
Reeditado em 10/08/2016
Código do texto: T5723228
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