SENHOR DO DESTINO

SENHOR DO DESTINO

Nunca se vence uma guerra, há menos baixa.

Debaixo da trincheira, sem honra nem mérito.

Tifoide, tiro, vil baioneta que soldado encaixa.

Olho do tirano não distingue a farda do hábito.

Campo, batalha, barulho da morte, cheiro de dor.

Desemboca em ruas desertas pela sede do medo.

Sai da sombra, desespero disfarçado em segredo.

Intuito, deixar o instinto selvagem mais aliciador.

Ambição, fraudulenta, corre solta, tal boi no pasto.

Tornou-se rotina, até pra quem acredita ser casto.

Por baixo do pano, num passe de mágica, pronto.

Comprou o guarda com a saideira e dirigiu tonto.

Colocado na balança o pêndulo sofre oscilação.

Tendência ao caos, o que fazer, hoje tem futebol.

São tantos prazeres na vida, sentido obstinação.

Tempo, senhor do destino, penhorado a luz do sol.